Para a avó Glória Cheila Pereira, o dia 22 de maio de 2022 nunca mais será esquecido, assim como, muito provavelmente, para as crianças Ana Júlia, de 7 anos, Bruna Raquel, 6, Sofia Valentina, 4, e Maria Eduarda da Silva Moura, de 10 anos, todas atropeladas por um motorista bêbado.
Um homem identificado como Francisco Manoel da Silva, de 53 anos, atingiu as crianças com seu veículo enquanto elas estavam numa calçada na região administrativa de Ceilândia, no Distrito Federal.
O agressor ainda tentou fugir do local, mas foi capturado pela Polícia Militar, que precisou conter os moradores revoltados com o atropelamento, querendo linchá-lo. Após a tragédia, as crianças foram internadas no Hospital de Base e no Hospital de Ceilândia, onde três delas ficaram por 22 dias.
Com os graves ferimentos do atropelamento, dona Glória e a mãe das meninas, a diarista Francisca Silva, de 35 anos, precisaram de toda ajuda possível para arcar com os cuidados das crianças, e foi aí onde as igrejas entraram como providência de Deus.
“Ganhamos as cadeiras de rodas das meninas e a cadeira de banho. Todos têm ajudado muito. Principalmente nas orações para que elas ficassem bem. Não tenho dúvidas de que foi Deus que permitiu que elas saíssem todas vivas. Havia muita oração em várias igrejas por elas”, disse a avó em entrevista ao Correio Braziliense.
As crianças receberam alta e já estão em casa, mas ainda precisam continuar o tratamento até a recuperação total, por isso a cadeira de rodas. O mais importante é que o recurso já foi conquistado com a mobilização dos irmãos na fé.
“Estamos todos felizes. Agora elas vão continuar o atendimento no hospital, voltando para os especialistas e se recuperando”, disse a avó, que agora espera que a justiça seja feita. “Ele (o motorista) precisa ficar detido. Foram cinco vidas que ele quase destruiu, de cinco crianças. E elas ainda se lembram do que aconteceu”, conclui a senhora.