Com o tema Igrejas evangélicas e a mídia no Brasil: a abordagem da mídia em relação às igrejas evangélicas, a jornalista Eliana Motta discutiu em seu Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado à Faculdade de Comunicação Social e Artes do Centro Universitário Monte Serrat (Unimonte), de Santos-SP, o comportamento ético das revistas semanais Veja e Época em suas reportagens sobre as igrejas evangélicas, independente de denominação. O estudo abrangeu o período de 1997 a 2007 e foi orientado pelo professor e jornalista Adelto Gonçalves, doutor em Letras pela Universidade de São Paulo.
Segundo a jornalista, constatou-se, com clareza, que as revistas abordam o segmento evangélico, especialmente as igrejas Universal do Reino de Deus e Renascer em Cristo, de maneira preconceituosa devido ao seu crescimento nos campos midiático, político e no mercado fonográfico, entre outros. “O poder econômico, proporcionado por fiéis, é o grande gancho que alguns jornalistas encontram para endossar denúncias, sem que, na maioria, a parte atingida seja sequer ouvida e sua versão publicada“, disse.
Munida de técnicas de captação de informação e de metodologias científicas, a jornalista relacionou e comparou reportagens que considerou “tendenciosas, preconceituosas e eivadas de agressões pessoais que tiveram como conseqüência punição jurídica”.
Eliana entrevistou líderes religiosos, fiéis, não fiéis, jornalistas, advogados, sociólogos e estudiosos do fenômeno evangélico. O jornalista Carlos Brickmann, 45 anos de carreira, um dos entrevistados, acusou a elite de procurar discriminar igrejas evangélicas, afirmando que essas práticas não podem ser aceitas em nenhum momento. “Vejo no caso da Igreja Renascer um típico episódio de desvio de conduta do jornalismo”, disse. “Todas as igrejas se mantêm graças às contribuições de seus fiéis, o que é ótimo, pois não se mantêm por meio do Estado”, afirmou.
Brickmann lembrou que pouco adianta ao acusado recorrer à Justiça. “O resultado do direito de resposta pode sair daqui a dez anos”, disse. “Não é possível reparar o estrago, o dano causado pela palavra é permanente”, afirmou, lembrando que, quando sai a decisão da Justiça, a população não lembra mais do caso. “Além disso, a sentença é publicada na íntegra, com toda a sua formalidade, sem título e, dessa forma, não há quem a leia”.
Fonte: Pravda