Um grupo de evangélicos neopentecostais causou tumulto no Quênia ao invadirem um necrotério para orar pelos mortos, para que estes ressuscitassem. Além da polêmica, a ação desmedida não resultou em nada.
A igreja envolvida na ação fica na cidade de Webuye, e é liderada pelo autoproclamado “profeta” Daniel Wechuli, que motivou os fiéis a irem ao hospital da região no último sábado, 27 de agosto, para orar pelos enfermos.
De acordo com informações do portal The Star, cinco fiéis oraram pelos pacientes do hospital, e diziam que receber a cura dependia de cada um. Se não tivessem fé, permaneceriam doentes.
No entanto, os fiéis resolveram ir ao necrotério, que fica em um prédio anexo ao hospital, para orar pela ressurreição dos mortos. Depois de suas orações, nenhum morto ressuscitou, e familiares e funcionários não gostaram da invasão, protestando.
Em declarações à imprensa, Daniel Wechuli afirmou que sua ação havia sido ordenada pelo Espírito Santo, pois sua igreja seria conhecida na região como um local onde doentes são curados.
Para justificar a invasão do necrotério, o líder neopentecostal disse que havia corpos de pessoas que tinham perdido a vida “prematuramente” e sua missão junto com os intercessores era mostrar o poder de Deus. “Somos pessoas ungidas pelo Espírito Santo para ir aos hospitais pregar e curar os doentes sem pedir nenhum centavo”, disse.
Wechuli disse que em outro hospital “todos os doentes foram curados e receberam alta”, e que “muitas curas” aconteceram em outras cidades no mês de julho. A imprensa do Quênia vem tratando o caso como uma ação irracional motivada pelo fanatismo religioso.
A fiel Caroline Wafula, que participou da ação de oração no hospital e da invasão ao necrotério, afirmou que seu desejo era “mostrar às pessoas o poder de Deus em suas vidas através da nossa igreja que anuncia a cura e a restauração de vidas”.