O Futuro da Missão ad Gentes – perspectivas para o século XXI, foi o tema das Jornadas Missionarias de 2007 que reuniram mais de meio milhar de participantes, nos dia 14, 15 e16 de Setembro, em Fátima.
A reflexão sobre o futuro da Missão ad gentes, não nos deve afastar da urgência da Missão hoje, particularmente junto dos povos e situações onde o clamor por justiça e paz é gritante. Por isso os participantes celebraram o dia global pelo Darfur por meio de uma vigília com o tema “quando o silêncio mata, a tua voz pode salvar” e da assinatura duma petição dirigida ao parlamento Europeu.
Cristo é a fonte inesgotável da missão da Igreja. Daí a necessidade de uma experiência de fé para re-descobrir, no meio de alguma confusão e desnorte, o sentido fundamental da Missão como Anúncio de Cristo e como testemunho de vida.
Um mundo em mudança, caracterizado por uma grande variedade de manifestações religiosas e por um relativismo dos valores, exige uma nova forma de ser Missão. É necessário encontrar linguagem e modos novos que contemplem a evangelização das emoções e exprimam de forma significativa a mundividência cristã.
O coração da Missão, do presente e do futuro, é a Igreja local. Como sacramento de salvação, a Igreja participa na missão de Cristo. Dessa forma, ela realiza no mundo a entrega eucarística ao Pai, pelo Espírito Santo, na comunhão dos seus membros que se dão pelos outros. O desafio do futuro da Missão é fazer da Igreja, das dioceses e paróquias, a casa e a escola de comunhão, numa espiritualidade que abra horizontes de fraternidade universal.
O empenho concreto de todos na animação missionária e vocacional da Igreja local é imprescindível. Este é mais enriquecedor e eficaz quando os próprios párocos e responsáveis diocesanos dão corpo e espírito às várias iniciativas que são um testemunho vivo da comunhão na Missão.
Na comunhão das Igrejas todos são corresponsáveis pela Missão. Somos chamados a criar, animados pelo Espírito, novas formas de comunhão, programas de cooperação e de colaboração que conduzam a uma maior participação de todos os carismas e ministérios.
A colaboração entre os leigos e os Institutos de Vida Consagrada é um enriquecimento mútuo que exige alguma ousadia na criação de novas formas de pertença e co-responsabilidade na missão da Igreja. Tal dinâmica de comunhão será favorecida pela continuação do debate, do diálogo e da formação, em actividades de carácter local, diocesano, nacional ou internacional.
Estas Jornadas Missionárias apontaram para a grande celebração e sensibilização missionária que se pretende com o Congresso Missionário Nacional, a realizar de 3 a 7 de Setembro 2008. O seu lema é Portugal, vive a Missão, rasga horizontes. Por isso, todas as dioceses, paróquias, movimentos e institutos estão convidados a fazerem da preparação, participação e acolhimento do Congresso uma oportunidade para renovarem o seu empenho na construção comum duma Igreja portuguesa em estado permanente de Missão.
Fonte: Agência Ecclesia