Alexandre Kalil (PSD), pré-candidato ao governo de Minas Gerais com apoio de Lula (PT), participou de um culto e, ao receber oportunidade para falar ao púlpito, pediu aos fiéis que orem por ele na disputa pelo cargo. Porém, declarações anteriores do político, referindo-se à igreja como “um saco”, foram usadas para confrontá-lo.
Recebido numa igreja, o ex-prefeito de Belo Horizonte pediu que os fiéis intercedessem por ele: “Eu gostaria de dizer o seguinte: Deus me deu essa missão, e eu peço a essa casa de Deus que peça, interceda, para que me dê força, porque em muitos momentos ela me falta”.
Durante o período de confinamento ao longo da pandemia de covid-19, Kalil implementou uma das medidas mais restritivas do país na capital mineira, envolvendo-se em atritos com lideranças religiosas.
Agora em 2022, a visita do candidato a uma igreja foi vista como demagógica nas redes sociais. Pessoas indignadas com a desfaçatez do político, resgataram um trecho de uma entrevista concedida por Kalil ao apresentador Benjamin Back, ao extinto canal Fox Sports, quando era presidente do Atlético-MG, externando sua aversão à fé cristã:
“Eu não sou. Aí, quando fala em Deus, eles começam a me chamar pra ir em igreja, falo ‘não, gosto de bar, de whisky, disso que eu gosto, não me chama pra igreja não que igreja é um saco’. É isso. Então, você não pode falar. Conversa de pastor, padre, ’vem cá, na minha igreja é espetacular’… e ainda vai me tomar 10%”, disse na ocasião.
Na Jovem Pan News, o jornalista Augusto Nunes comentou o episódio: “Bom, [essas são] as parcerias do Lula, não é? O Lula é tido como um grande intuitivo político, adivinha qual é o melhor parceiro. Está aí. O Kalil vai ter que passar a campanha se explicando. Vai levar uma surra do [Romeu] Zema, antológica”.
Conduta reprovável
O veterano jornalista afirmou ainda que a fama de Kalil desprezar a fé e ter apreço pela vida de boêmio não é nova: “Eu conhecia esse vídeo que ele dizia que quando Deus chamava ele ouvia a convocação do botequim. Poderia não ter dito, poderia ficar com ele, mas falou, falou, porque ele era só prefeito de Belo Horizonte, não queria ser candidato a mais nada”.
Segundo Augusto Nunes, Kalil se envolveu com “maracutaias” em sua atividade como empresário: “Já começam a descobrir o que ele fez com funcionários, a dívida trabalhista dele é gigantesca, dá golpe no Fisco. É malandro. E agora me aparece com essa cara de criança que acabou de ver Nossa Senhora… falando com o mesmo pastor que ele acusou… ele falou que os pastores estão lá para tirar o dinheiro dele. Dinheiro que ele deve, não tem sobrando”, alfinetou o jornalista.