A execução pública de homossexuais no Irã, país que vive uma teocracia baseada no islamismo, continuará ocorrendo, afirmou o ministro das Relações Exteriores do país.
Mohammad Javad Zarif reiterou a lei que determina a execução de homossexuais no país, e aproveitou para enfatizar sua oposição Israel e aos Estados Unidos após ser questionado pelo jornalista Paul Ronzheimer, da revista Bild.
De acordo com uma publicação de Ronzheimer no Twitter, a resposta de Zarif foi: “Nossa sociedade tem princípios morais e de acordo com esses princípios. Esses são princípios morais relativos ao comportamento das pessoas em geral. E isso porque a lei é mantida e você obedece às leis”.
Richard Grenell, embaixador dos EUA na Alemanha, declarou ao Jerusalem Post na última segunda-feira, 10 de junho, que o Irã age de forma bárbara: “A Declaração de Direitos Humanos da ONU deixa claro que essas respostas do regime iraniano estão violando os princípios básicos da ONU. Os membros da ONU devem concordar com a Declaração para serem membros. Criminalizar a homossexualidade viola a Declaração, pura e simplesmente”.
Volker Beck, um político do Partido Verde alemão e ativista LGBT, também criticou o governo iraniano: “Zarif deixa claro o que o Irã defende: o desprezo pelos direitos humanos de homossexuais, mulheres e minorias religiosas”.
Beck, que também é professor do Centro de Estudos em Ciências Religiosas (CERES) da Universidade de Ruhr, em Bochum, acrescentou que os apoiadores dos mulás sabem o que eles representam, e acrescentou que ”o enforcamento e apedrejamento de homossexuais é considerado um princípio moral pelos islamistas em Teerã”.
Recentemente, o regime clerical do Irã enforcou publicamente um homem com base em uma lei islâmica anti homossexuais. O homem não identificado foi enforcado na cidade de Kazeroon, no sudoeste do país, no dia 10 de janeiro.
De acordo com um boletim do WikiLeaks de 2008, o regime do Irã executou “entre quatro e seis mil gays e lésbicas” desde a Revolução Islâmica em 1979. Em 2016, o governo iraniano havia executado um adolescente gay – a primeira execução confirmada – de alguém condenado como jovem na República Islâmica.