O número de ataques da etnia Fulani ocorridos no Estado de Plateau, na Nigéria, contra a comunidade cristã, parece continuar sendo ignorado pelas autoridades nacionais e internacionais, ao menos na prática. Novos ataques ocorreram no final de agosto, onde um pastor e seus três filhos foram queimados vivos dentro da própria casa.
Em 28 de agosto a aldeia do reverendo Adamu Wurim Gyang foi atacada por membros da etnia Fulani, grupo composto por muçulmanos radicalizados que vem ganhando força na Nigéria. Na tentativa de escapar, o líder cristão e seus três filhos se trancaram em casa, mas os agressores atearam fogo no imóvel com eles dentro.
Outras 14 pessoas foram mortas, incluindo a esposa de Gyang, 95 casas foram queimadas e 225 lavouras agrícolas destruídas. O filho mais velho de Gyang sobreviveu, porque ele estava na Universidade de Jos no momento dos ataques. Adamu, de 27 anos, falou sobre o massacre.
“Meu pai sempre foi a força de nossa família. Neste momento, não sei como será a minha vida sem ele”, disse o jovem, segundo informações do World Watch Monitor (WWW).
“Eu estava na Universidade quando vi um post no Facebook sobre o ataque… liguei para meu pai, o telefone dele estava desligado. Liguei para minha mãe, mas o telefone dela também estava desligado”, lembra.
Socorro
Um vídeo que circula na internet, onde o clérigo Ezekiel Dachomo aparece fazendo um apelo desesperado por ajuda durante o que parece ser o enterro do pastor Gyang, está chamado atenção de organizações que lutam pela liberdade religiosa no país, como a WWW, que também resolveu divulgar a gravação em sua conta no Youtube.
Dachomo fez um apelo direto para os Estados Unidos. “América, por favor, nos represente. Estamos morrendo… Por favor, nos permita sobreviver. Nós não temos ninguém. Somente Deus no céu pode nos representar”, disse o clérigo, que também se dirigiu às Nações Unidas.
“Mulheres estão morrendo todos os dias, os homens estão morrendo. O que você quer que façamos? Por favor, por favor, estou te implorando, congressistas, [homens] de Londres … por favor, eu estou te implorando, represente os indefesos. Não há ninguém [mais]!”. Assista o vídeo abaixo: