Numa tentativa de definir a actual realidade do Cristianismo Americano, que muitas vezes pode ser pintada de forma mais positiva ou mais grave do que é, um pesquisador descobriu que a maioria dos Protestantes praticantes não estão no ponto que deviam em termos da sua formação espiritual.
De acordo com Brad Waggoner, vice-presidente do Grupo B&H Publishing, e as descobertas da sua sondagem, apenas 17 porcento dos Protestantes praticantes nos EUA demonstraram um nível “decente” de discipulado ou maturidade espiritual.
Esta minoria alcançou 80 porcento ou mais num Inventário de Formação Espiritual (IFE) que foi desenvolvido para medir áreas chave de discipulado Cristão. Estas características de discípulo, que foram validadas por um painel de peritos, foram consideradas como sendo “claras expectativas bíblicas para qualquer seguidor de Cristo, que podem ser observadas e, por isso, até certo ponto, medidas,” escreve Waggoner no seu novo livro, The Shape of Faith to Come: Spiritual Formation and the Future of Discipleship.
A sua paixão por ver uma transformação espiritual e verdadeiros discípulos entre os Cristãos foi a rampa de lançamento para a condução deste estudo e para a escrita do seu mais recente livro.
Depois de entrevistar 2.500 Protestantes que vão regularmente à igreja – pelo menos uma vez por mês – Waggoner ficou muito preocupado com a falta de foco na qualidade do discipulado em muitas igrejas, e ele quer que os líderes espirituais se sintam desafiados a rejeitar a mediocridade entre os crentes.
Quando se considera o contexto cultural em que nos encontramos, este não é o tempo para Cristãos fracos ou medíocres, ou o tempo para igrejas fracas ou medíocres,” escreve ele no seu livro.
“Há muito em jogo. Eu estou convencido de que as coisas devem mudar,” afirma ele. “Acredito que no presente muitos de nós estamos a estabelecer metas fáceis. Uma coisa é uma igreja crescer em número. Outra coisa completamente diferente é procurar a transformação de coração, mente e carácter.”
Outras descobertas mostram que só 16 porcento dos Protestantes praticantes lêem a Bíblia diariamente, enquanto outros 20 porcento a lêem “algumas vezes por semana.”
Só 23 porcento “concordou fortemente” com a afirmação: “Quando percebo que algum aspecto da minha vida não está correcto aos olhos de Deus, faço as mudanças necessárias.”
Também 47 porcento dos Protestantes praticantes admitiu que muitas vezes vão apenas “simplesmente na onda” durante os momentos de oração e cânticos dos serviços de culto, enquanto que um quarto discordava fortemente que ia apenas na onda.
E nos últimos seis meses, 29 porcento dos inquiridos disseram que tinham partilhado com alguém, por duas ou mais vezes, como se tornar um Cristão. Catorze porcento relatou tê-lo feito uma vez e 57 porcento disse “nenhuma vez”.
Um ano depois, a maioria dos praticantes disse que acredita ter crescido espiritualmente ao longo desse ano, no entanto as suas acções e hábitos evidenciaram pouca mudança.
Descobrimos um problema nestas auto-percepções de crescimento ou declínio,” diz Waggoner. “Cinquenta e cinco porcento dos nosso inquiridos acreditavam ter crescido espiritualmente no último ano. Contudo, baseado nas pontuações do IFE, apenas 3,5 porcento deu mostras de um nível de crescimento significativo.”
Embora Waggoner tenha considerado muitos dos resultados como “perturbantes,” ele não pretendeu ser o ‘Chicken Little’ da igreja, gritando: “O céu está a cair!”
“Apesar da nossa pesquisa ter revelado motivos para preocupação, a minha teologia de fundo permite-me manter a confiança,” escreve ele. “Eu creio que Deus está no Seu trono sem qualquer ameaça ao Seu domínio soberano. A igreja – corpo e noiva de Cristo, triunfará.”
Ainda assim, Waggoner reconhece o desafio em manter um equilíbrio de optimismo biblicamente fundamentado, enfrentando simultaneamente os duros factos da realidade.
A pesquisa foi realizada a 2.500 praticantes em Maio de 2007 e, de novo, em Maio de 2008. Para este estudo, Waggoner, definiu um discípulo como sendo “um aprendiz e seguidor de Jesus Cristo” e avaliou sete domínios da formação espiritual nos inquiridos. Os domínios incluem: aprender a verdade, obediência a Deus e auto-negação, servir a Deus a aos outros, partilhar Cristo, praticar a fé, buscar a Deus, e a construção de relações.
“Precisamos de avaliar as nossas igrejas muito para além das tradicionais medidas quantitativas,” escreve Waggoner. “Este estudo é sobre perspectivas qualitativas relacionadas com a formação espiritual. Não nos podemos satisfazer com nada menos que uma verdadeira transformação bíblica.”
Fonte: Christian Today Portugal