Houve um tempo em que se declarar evangélico soava muito estranho para a maioria da população brasileira. Os chamados “crentes”, no popular, eram pessoas interpretadas apenas por estereótipos e muito pouco na mídia era divulgado com seriedade e profundidade acerca dos verdadeiros cristãos protestantes.
Décadas depois, muita coisa mudou. No país, ainda, mais católico do mundo, os evangélicos conquistaram espaço e destaque em todos os setores da sociedade, incluindo a mídia e agora, mais do que nunca, na política, não apenas no Brasil, mas em toda a América Latina.
Mesmo assim, ainda há preconceito contra os evangélicos, é o que argumenta o pastor e apresentador Silas Malafaia. O líder da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo concedeu uma entrevista à revista Crusoé, explicando os motivos pelos quais os cristãos protestantes ainda sofrem discriminação.
“O cara é condenado por alguma coisa e, se é evangélico, escreve lá que ele é evangélico. Um juiz, quando dá uma sentença contra os esquerdopatas, colocam que é evangélico”, disse Silas, exemplificando como os evangélicos são discriminados quando comparados aos fiéis de outras religiões.
A razão disso, segundo o pastor, é porque “somos uma contracultura. Combatemos drogas, liberação de drogas. Combatemos o lixo moral. E muito jornalista está envolvido nele, meu filho. Desculpa a expressão, mas cheira cocaína e fuma maconha. Essa é a verdade.”.
Um dos temas abordados por Silas Malafaia foi sobre dízimos. Uma das críticas mais comuns que se ouve no meio popular, contra os evangélicos e em particular os pastores, é sobre a doação de dízimos e ofertas, algo que está presente em outras religiões, incluindo a católica, mas que em relação aos evangélicos é tratado de forma diferente.
Malafaia explica como a Igreja Evangélica contribui para a sociedade, por exemplo, na área de assistência social, através dos recursos adquiridos entre seus membros. Algo pouco destacado pela imprensa em geral.
“O trabalho social não tem governo que faça. Veja quantos bilhões o governo gasta por causa das mazelas sociais. Cigarro, bebida, o que provoca doença e desastre. Além de resgatar o homem disso, nós trabalhamos socialmente pela estabilidade das pessoas sem um centavo de dinheiro do governo” , disse ele.
Por fim, Malafaia explica que o crescimento dos evangélicos no Brasil, em contraste à diminuição de católicos, se deve ao ensino bíblico e não da religião. A forma como cada pessoa entende o significado do relacionamento com Deus e não com uma igreja.
“Nós ensinamos o povo não a viver o Evangelho como uma religião, mas como um estilo de vida onde trabalha, estuda e mora. E ensinamos que Deus abençoa. Ensinamos a ter uma vida cristã fora da igreja. O padre está preocupado com a vida do cara fora da igreja? Não. Não está nem aí se ele é adúltero, se bebe. Aqui está o ponto crucial”, conclui o pastor, segundo o Gospel Prime.