O senador Magno Malta (PR-ES) voltou a criticar o governo Dilma Rousseff (PT) durante um discurso em plenário. Desta vez, o foco das observações do parlamentar foi voltado ao pacote anticorrupção apresentado pelo governo às pressas após as manifestações do dia 15 de março.
“Se você fechar um buraco de rato, ele abre em outro lugar. Uma lei contra corrupção é tapar um buraco de rato. Nós estamos fazendo papel de parlamentar ou de pedreiro? Você (eleitor) precisa, com seu título, com seu voto, com sua cidadania, matar o rato”, afirmou o senador.
Magno Malta, afeito às ilustrações práticas durante seus discursos, afirmou que o pacote anticorrupção apresentado por Dilma é como “um cadeado de bicicleta”, que não impede o furto: “O ladrão rouba a bicicleta com o cadeado”.
“Considero uma grande infelicidade taxar a corrupção de ‘senhora’. É uma ofensa a todas mulheres. Eu considero esta corrupção ativa e passiva, um monstro que destrói o nosso país. Senhoras não fazem isso”, afirmou Malta, fazendo alusão à afirmação da presidente Dilma Rousseff de que a “corrupção no Brasil é uma velha senhora” presente na sociedade há muito tempo.
Na sequência do longo discurso, Magno Malta pediu que os eleitores reflitam sobre suas escolhas antes de irem às urnas e participem politicamente da sociedade, para que as decisões dos rumos do país tenham maior legitimidade. O senador disse também que de nada vai adiantar aprovar um pacote de leis anticorrupção se os corruptos continuarem sendo eleitos.
Malta rebateu as afirmações de integrantes do PT de que as manifestações do dia 15 de março tinham sido orquestradas pela oposição ao governo. “As pessoas que foram às ruas não são oportunistas ou gente paga pelo PSDB”, disse o senador, acrescentando que os manifestantes são pessoas que não aguentam mais as denúncias de corrupção, nem as atitudes do governo que “afrontam” o povo, como por exemplo, o gasto com publicidade em defesa da Petrobras em horário nobre da TV.
Assista:
O que propõe o pacote anticorrupção?
“Pacote anticorrupção de Dilma repete proposta de Lula feita há 10 anos [no auge do escândalo do mensalão]. Em 2005, no auge do escândalo do mensalão, o então presidente Lula também lançou um pacote anticorrupção que previa, entre outras medidas, a criminalização do enriquecimento ilícito. Dez anos depois, Dilma repete proposta”, comentou a jornalista Jessica Welma, do jornal O Povo.
Veja abaixo, no infográfico do jornal, um comparativo das propostas anticorrupção feitas pela presidente Dilma Rousseff após as manifestações do dia 15 de março, e as do ex-presidente Lula em 2005: