A psicóloga cristã Marisa Lobo escreveu uma carta aberta ao deputado federal e ativista gay Jean Wyllys, onde critica o parlamentar por ameaças de processo que ela afirma estar sofrendo por se opor às suas ideias. Marisa Lobo afirmou também estar movendo um processo contra o deputado, e afirma que a ação de Wyllys contra ela é motivada por uma mentira.
– Cansada de ser Ameaçada de processo por uma mentira inventada pelo dep @JeanWyllys resolvi mover um processo contra o mesmo de (denunciação caluniosa) assédio moral e calúnia e difamação – escreveu a psicóloga em sua página no Facebook, junto de uma foto em que aparece ao lado de seus advogados.
– Foto dos meus advogados criminalistas (voluntários) que ao ver a vergonha das ameaças que sofro deste cidadão, resolveram pegar minha causa: Dr.Otoniel Oliveira e Dr.Hélio Anjos Ortiz. em reunião escolhendo os ataques de pessoas movidas pela indução das besteiras que diz esse deputado. no vemos então na justiça. Minhas provas segundo Criminalista estão claras. vamos ver as suas (sic) – completou.
Na carta ao deputado, Marisa Lobo afirma que Jean Wyllys se utiliza de palavras desrespeitosas para se referir a ela, o que não condiz com a imagem de um deputado, cargo que ela afirma ter sido alcançado pelo parlamentar por sorte.
Ela diz ainda que as acusações de Wyllys contra ela tem um forte impacto negativo na vida de sua família, e afirma ter provas da falta de tolerância da do deputado, que ela afirma agir por “infantilidade e falta de entendimento de que existam pessoas que são diferentes” dele.
Marisa Lobo afirma ainda que sua luta é pela democracia, e finaliza dizendo que Jean Wyllys deve aprender a respeitar e a se dar o respeito.
Leia a carta na íntegra:
Ao me deparar com as acusações e palavras desrespeitosas do deputado senhor Jean Wyllys se referindo à minha pessoa fiquei muito decepcionada, pois a ofensiva é de um ditador e não condiz com a imagem de um deputado. Aí pensei: não foi a nação que o elegeu foi a “sorte”, talvez por isso não respeite o cargo que ocupa e nem o povo, pois este não votou no mesmo, como prova seus poucos 13 mil votos, é o que penso.
Talvez por não ter tido ainda uma esposa, como o meu marido, não tenha a compreensão de como suas palavras dirigidas a mim podem ofender um marido, e talvez por ainda não ter filhos não saiba avaliar como os meus filhos se sentiram e se sentem com as mentiras que o senhor diz e inventa da mãe deles.
Sr. Jean Wyllys, faço questão, por respeito ao público, falar o seu nome. Porque não tenho o que temer nem a pretensão de manipular ou de arregimentar, nem de deixar situações mal explicadas com intuito de implantar uma dúvida ou uma confusão intelectual na cabeça das pessoas. Sou honesta intelectualmente.
As palavras do deputado sim são caluniosas e desonestas em sua intenção. Duras de ouvir, como mulher e como profissional. O senhor não debate; o senhor ofende, pratica assédio moral e bullying, uma mostra aparente de sua intolerância e de sua falta de limites. Mas o que mais me impressiona é a manipulação dos fatos e a “cara de pau”, me perdoe a expressão, de imputar crimes, calúnias e difamação às pessoas. Lei existe para todos em igualdade, e as leis estão a serviço da verdade, não a seu serviço, deputado. O senhor pratica abuso de autoridade, ou é folgado porque acredita que a imunidade parlamentar possa te autorizar a ofender pessoas e sujar o nome delas por simples orgulho, descaso e ódio? Ou divertimento? Penso ser infantilidade e falta de entendimento de que existam pessoas que são diferentes do senhor, que pensam e sentem diferente.
Eu e milhares de pessoas divulgamos o vídeo a que se refere, e em nem um momento o achei criminoso pois veicula imagens mostrando suas falas agressivas contra cristãos, contra nossa fé, e contra aqueles que se opõem às suas lutas, que nem sempre são legítimas. Alguém tem que ter a coragem, deputado, de te dizer isso. Diferente por exemplo da manipulação daquele programa CQC, onde o senhor perverteu sua fala e implantou maldosamente na mídia que “psicólogos Cristãos praticam tortura”. E isso tenho registrado em ata notarial com meus advogados, isso sim foi grave. Ou quando o senhor atribuiu a notícia de uma violência a homossexual à minha pessoa e à pessoa do pastor Silas Malafaia, induzindo claramente e atribuindo de forma criminosa um crime, uma culpa.
O que tenho a meu favor contra seu discurso de ódio e suas mentiras atribuídas a mim é, por exemplo, uma audiência pública do dia 27/11 em que o senhor participou. A gravação prova que tentei ser imparcial e lutar pelos direitos de todos (homossexuais, evangélicos, ex-gays… Enfim, pessoas humanas), e me pergunto: Quem manipulou com requintes de crueldade as informações? Quem induziu ao erro?
O senhor não me assusta com seus discursos de processo, acredito na justiça. A própria internet prova com datas quem disse e falou o que. E, deputado, não me arrependo de nenhuma palavra que disse do senhor, pois minha luta não é contra o senhor, é contra as suas estrapolações enquanto parlamentar.
Nessa guerra toda, conforme a ultima audiência que participei, ficou claro a minha honestidade. Mas, infelizmente, na sua tentativa de “dar show”, “causar” e atrapalhar os trabalhos, não ouviu uma só palavra, apenas deturpou o momento como sempre e não percebeu como tentei equilibrar e promover a paz. Mas acho que o senhor deseja mesmo é guerra, o que é uma pena. Mas dá ibope né, deputado?
Com suas palavras duras e mentirosas somente confirmei minhas suspeitas: o senhor precisa mais de orações e de alguém que freie suas motivações, pois está agindo como um ditador, travestido de idealista e protetor dos direitos humanos. Pois se fosse sensato dialogaria, como o deputado Marco Feliciano propôs ao senhor. Saiba que está criando uma guerra santa, manipulando pessoas, ações, pensamentos e falas. Sem remorso, sem culpa e sem se importar a quem está ferindo, está dando tiros para todos os lados para ver se consegue acertar em alguém. Vai conseguir, e está conseguindo, machucar muitas pessoas inocentes contradizendo sua luta.
Não se preocupe comigo deputado, sou pequena. O que tenho é minha profissão, que o senhor com suas mentiras e falas maldosas tenta destruir. É desumano o que o senhor faz comigo, eu apenas exerço meu direito de expressão e de professar minha fé; o que o senhor diz de mim é mentiroso. O senhor me usa como bode expiatório porque quer mostrar serviço. Sei que é uma ação orquestrada, que pode me prejudicar como já o fez com suas mentiras e manipulação de fatos, como faz em seu tuites, seu site e suas entrevistas. Tenta sempre me veicular ao curandeirismo, fato que a justiça já está ciente que foi manipulação de pessoas como o senhor, e que em tempo certo responderão por isso.
Em nenhum momento faltei com o respeito com sua pessoa, não usei palavras de baixo calão me referindo a quem quer que seja. Mas sim, contradigo e me oponho a algumas de suas falas por considera-las mentirosas e manipuladoras.
O senhor fala tanto em discurso de ódio, mas só vejo ódio em seus discursos; a não ser quando está em programas de TV, onde faz tipo na frente das câmeras. Me perdoe se estou interpretando errado, mas é o que me parece; são suas atitudes que me levam a acreditar na sua falsidade social, suas palavras são a prova de seu ódio. Eu não odeio o senhor, mas confesso que tenho pedido a Deus para perdoá-lo e conseguir entender suas agressões, pois me parece que o senhor não tolera alguém que se oporem às suas ideias e não aceita o contraditório, fato lamentável para um parlamentar que tem a obrigação de primar pela liberdade de expressão e pela democracia.
Saiba, querido, que não somos deuses nem imortais, e um mandato dura apenas quatro anos. Não temos sempre razão, dialogar é a melhor opção, e devemos ouvir as razões do outro; precisamos muitas vezes sermos frustrados sim, para nos tornarmos seres humanos melhores.
Você pode enganar as pessoas, mas não a todas elas por muito tempo. Uma hora a verdade aparece, e espero por ela. Quanto ao processo que diz estar movendo contra mim: continue, talvez essa seja a chance de provar que o senhor me persegue. Pois eu sou povo, você é o deputado e deveria respeitar o cidadão e dar-se ao respeito.
Marisa Lobo.
Uma cidadã que exerce seu direito à democracia, de se opor aos desmandos de qualquer parlamentar. Tenho o direito ao contraditório.
Por Dan Martins, para o Gospel+