Para permitir que as sessões possam ser realizadas sem tumultos, a Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) decidiu, após votação entre os parlamentares, por realizar as próximas sessões a portas fechadas.
O presidente da CDHM, deputado Marco Feliciano (PSC-SP) afirmou que “está sangrando” devido à medida, mas a justificou dizendo que ela se faz necessária pois precisa “trabalhar e mostrar ao Brasil a cara da comissão”.
Entretanto, a quarta-feira foi marcada por uma nova onda de críticas e protestos contra o pastor e sua permanência na presidência da CDHM. A ministra da Cultura e senadora licenciada Marta Suplicy (PT-SP) afirmou que Feliciano não tem “estatura” para estar à frente da comissão e que sua eleição foi “um tapa na sociedade”.
Para Marta, o pastor Marco Feliciano representa o atraso: “Realmente, colocar uma pessoa que não tem histórico para presidir essa comissão, além de não ter a estatura e ser uma pessoa notoriamente preconceituosa. Foi um tapa na sociedade. Nos coloca numa situação, em relação aos direitos civis, de retrocesso”, disse a senadora, de acordo com informações do jornal O Globo.
O deputado Ivan Valente, presidente do PSOL, entrou com um segundo pedido de investigação contra Marco Feliciano pelo Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. O pedido tem a assinatura de outros nove parlamentares.
A expectativa é que o processo seja mais rápido por ter sido assinado por um presidente de partido, e pede que a investigação esclareça o uso irregular de assessores, a evolução patrimonial do pastor e sua relação com uma empresa de assessoria de imprensa, responsável pelo polêmico vídeo de sua “renúncia”.
Os protestos contra Feliciano por parte de artistas ganhou uma nova rodada, com o ator Bruno Gagliasso publicando uma foto em seu perfil no Instagram em que beija o também ator Matheus Nachtergaele, com a legenda “#Felicianonãomerepresenta”. A frase vem sendo usada nas redes sociais por ativistas gays e demais internautas que são contrários à permanência do pastor na CDHM.
A cantora Daniela Mercury, que recentemente assumiu um relacionamento homossexual com a jornalista Malu Verçosa, também criticou o pastor: “Sou apaixonada por Malu, pelo Brasil, pelas liberdades individuais. Eu acho que conquistas a gente não pode esquecer. Não podemos andar para trás, como os ‘felicianos’ da vida!”, disse, na legenda de uma foto publicada também no Instagram.
No programa Saia Justa, do canal por assinatura GNT, a apresentadora Astrid Fontenele disse que o Brasil precisa de “cidadãos bem informados” e, fazendo o popular gesto de “banana”, disse: “Feliciano, pede pra sair”.
No mesmo programa, as críticas sobraram até para a cantora Joelma Mendes, da banda Calypso. Recentemente ela afirmou ser contra o casamento gay, e por isso, o deputado Jean Wyllys, maior adversário político do pastor Marco Feliciano, disse que a cantora “perdeu uma oportunidade de ficar calada”, e que sua postura havia sido “estúpida e hipócrita”.
Em contraponto a tantos protestos, a bancada evangélica se posicionou sobre a questão e defendeu a permanência de Marco Feliciano no cargo. O presidente da Frente Parlamentar Evangélica, deputado João Campos (PSDB-GO), afirmou que “mesmo havendo divergências, o que está em jogo são as nossas prerrogativas de dizer o que pensamos”, e que a eleição do pastor para a CDHM aconteceu de maneira legítima: “Todos os passos foram respeitados, e a maioria elegeu o presidente. É preciso garantir que ele exerça seu mandato à frente da comissão”.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+