O crescimento constante e chamativo da música gospel despertou o interesse de gigantes do mercado fonográfico, como as multinacionais Universal Music e Sony Music, além da brasileira Som Livre, do Grupo Globo.
Os números são expressivos: anualmente a música gospel movimenta R$ 1,5 bilhão, e desde 2010 tem pelo menos dois artistas entre os que mais vendem no país, de acordo com informações do jornal O Globo.
Nesse cenário, a inovação e constante oferta de novos produtos se faz necessária, como em todas as áreas do comércio, o que possibilita o surgimento de novos talentos e o ressurgimento de antigas estrelas.
“O gospel se firmou como uma força no mercado fonográfico. E tem buscado a renovação para atingir um número cada vez maior de pessoas. Os artistas mais novos aprenderam que têm que buscar outras formas de se comunicar com o público, além daquele discurso tradicional”, comenta Maurício Soares, diretor artístico do selo gospel da Sony Music.
Uma das apostas de sua gravadora é o inovador DJ PV (Pedro Vitor), que lançou recentemente o CD/DVD “Som da Liberdade 2.0” e é conhecido por usar um robô de LED e uma guitarra Nintendo Wii, do jogo Guitar Hero, em seus shows
“Uso essas ferramentas para tornar as minhas apresentações mais dinâmicas. Tenho mostrado que é possível levar a palavra de Deus de forma atual e divertida. Acredito que isso tem ajudado a quebrar preconceitos em relação ao gospel”, diz.
A visão da gravadora do Grupo Globo é semelhante à das concorrentes, e o gerente Artístico e de Repertório da Som Livre, Fernando Lobo, reforça a crença de que a aposta na interação com o público é o melhor caminho: “A exposição nas redes sociais é, sem dúvida, um referencial importante para avaliarmos a evolução desse universo, que tem muitas particularidades. E com o crescimento do público evangélico, uma nova leva de artistas parece estar em busca de formas mais variadas de fazer contato e passar sua mensagem. Mesmo assim, com o amadurecimento desse mercado, há um funil pelo qual só os mais talentosos e profissionais vão passar”, teoriza Lobo, que entre seus artistas gospel, tem André Valadão e PG.
Pregador Luo, um dos principais nomes do selo cristão da Universal Music, concorda que o funil vai surgir em algum momento, e para isso, se antecipa, abordando novos temas junto a seu público: “Acho que está todo mundo cansado de ouvir as mesmas histórias, os mesmos discursos, sem um sabor novo. Precisamos questionar até mesmo o conservadorismo do meio gospel para avançarmos juntos, independentemente da religião, na busca por um mundo mais justo. Deus para mim é isso”, resume.