Hanna Massad, pastor da única igreja evangélica de Gaza, disse à Portas Abertas Internacional que os soldados saíram no último fim da semana, depois dos acordos feitos entre o Fatah e o Hamas, grupos que competem pelo controle da cidade.
A igreja realizou seus cultos na manhã e na noite de domingo, 11 de fevereiro. Hanna havia cancelado os cultos do domingo anterior, 4 de fevereiro, por causa da violência nas ruas.
O Fatah, partido secular que governava a cidade, e o Hamas, grupo radical islâmico que atualmente está no poder, levaram essa minúscula cidade à beira de uma guerra civil. Várias pessoas morreram e centenas ficaram feridas em decorrência da guerra entre os dois grupos. A maioria das baixas se deu entre civis inocentes, pegos em meio ao fogo cruzado. Entre elas estava um motorista de ônibus que era de Igreja Batista, morto em 28 de janeiro enquanto andava pela rua.
Situação ainda é delicada
As forças de segurança do Fatah tomaram o prédio da igreja em 2 de fevereiro para ser um posto de vigia e de franco-atiradores (leia mais aqui). O prédio da igreja, de seis andares, fica em frente ao quartel da polícia palestina. Na semana passada, enquanto a briga diminuía em virtude dos acordos, a polícia do Fatah disse a Hanna que deixaria algumas de suas tropas dentro do prédio para evitar que o Hamas tomasse o lugar.
Hanna disse que o prédio está com três janelas quebradas (uma delas danificada por um rojão, depois que o Fatah e o Hamas anunciaram seu último cessar fogo), e a porta de entrada foi danificada – a polícia do Fatah a arrombou para entrar no prédio.
Ainda é muito cedo para festejar. Mesmo que o Fatah e o Hamas estejam buscando um acordo para pôr um fim ao derramamento de sangue, a paz em Gaza ainda é frágil. “Temos medo de que eles voltem se as coisas ficarem ruins. Eu acho que o povo deve se sentir melhor, mas eles ainda estão assistindo, esperando”, disse Hanna.
Fonte: Portas Abertas