Aos 82 anos, o ex-deputado federal Laprovita Vieira morreu na última sexta feira (24), no Rio. Ele chegou a ser deputado federal em dois mandatos e depois deputado estadual. Vieira foi o intermediador do pastor Edir Macedo na compra da Rede Record em 1989.
Na época, temendo que os donos da emissora, a família Machado de Carvalho e Silvio Santos, não quisessem vender a Record ao fundador da Igreja Universal, Macedo pediu a Vieira pra intermediar o negócio.
Macedo chegou a pedir a Vieira para ir com um maço de cigarros no bolso, para ninguém desconfiar de que ele era um religioso. Segundo relatos, ele falou: “Eu gostaria que o senhor fosse para São Paulo comprar a Record. Vai em frente e feche o negócio, seu Vieira”.
Vieira conseguiu fazer a negociação com os Machado de Carvalho e Silvio Santos, saiu tudo de acordo como esperado e só no final, Edir Macedo apareceu como o real comprador.
Mas, de acordo com o jornalista Gilberto Nascimento, quem realmente fez a intermediação do negócio foi o Alberto Haddad. Ele quem foi responsável pela operação, de acordo, com o livro “O Reino”.
“Nos relatos oficiais, a Universal sempre apontou ‘seu Vieira’, como Laprovita era conhecido, como o responsável pela compra, a fim de que não constasse da história oficial que alguém de fora da igreja tivesse assumido papel tão vultoso. Em sua biografia, Macedo atribuiu a Bebetto (Haddad) um ‘papel insignificante na evolução do negócio’. Contudo, Bebetto ‘foi o grande avalista: ofereceu as garantias e deu o cheque para a entrada no nome da empresa dele’, atesta Ronaldo Didini”, segundo Nascimento.
A Rede Record lamentou a morte de Laprovita Vieira através de uma nota emitida pela emissora, destacando a importância do seu papel na compra da empresa, assim como os cargos exercidos ao longo do tempo na companhia, segundo o UOL.