Flordelis irá prestar um novo depoimento à Polícia Civil nesta segunda-feira, 24 de junho, como testemunha nas investigações da morte de seu marido, o pastor Anderson do Carmo, assassinado na garagem de casa no dia 16 de junho.
A delegada responsável pelo caso, Barbara Lomba, afirmou que o que se descobriu até o momento não é suficiente para esclarecer todo o caso. Faltam informações para definir a motivação do crime, por exemplo.
“A execução do crime foi no interior da casa. Aconteceu no interior da casa. Casa muito grande, e além de ser muito grande o espaço, tem muita gente circulando”, afirmou Lomba, em entrevista ao Fantástico.
O promotor de Justiça Sérgio Lopes Pereira também foi ouvido pela reportagem da TV Globo e afirmou que “todo mundo que estava dentro da casa tem que ser investigado”, como forma de delimitar quem dos familiares de Anderson do Carmo participou do crime.
Até o momento, a Polícia já confrontou os dois filhos do casal que estão presos. Na entrevista, Lomba declara que Flávio dos Santos, 38 anos, já estava sem seu celular no momento em que recebeu voz de prisão após o sepultamento do pastor Anderson do Carmo.
Sobre Lucas, os investigadores ainda querem saber o que ele carregava quando entrou em casa pouco antes da chegada dos pais, na madrugada do domingo, 16 de junho. “O Lucas chega no banco do passageiro num carro escuro, com uma outra pessoa dirigindo, sai do carro carregando o que parece ser uma mochila e uma sacola na outra mão. A outra pessoa que está dirigindo o carro manobra e fica esperando”, recapitulou a delegada.
O jovem sai da casa cinco minutos após ter chegado e sai de mãos vazias, entra no mesmo carro e vai embora. Cerca de 10 minutos depois, Anderson e Flordelis chegam à casa, por volta de 03h25 da madrugada. “O que ele [Lucas] tinha falado antes, que ele só tinha estado na casa depois do crime, não era verdade. Ele tinha estado na casa antes do crime”, destacou Barbara Lomba.
O promotor Pereira afirmou que Flávio “estava aborrecido com o pai por qualquer coisa”, e que por isso decidiu matá-lo: “No dia do fato, ele viu o pai chegando, quando chegou à garagem e encontrou o pai, ele mesmo resolveu matar o pai”.
“Se matam um ente querido, você quer saber quem matou esse ente querido, e a forma de saber é colaborando com as investigações. E nós não estamos vendo isso, infelizmente, por parte da família”, acrescentou Pereira.
Questionado se Flordelis não estaria dificultando as investigações, o advogado de defesa, Fabiano Leitão Migueis, negou: “Não, de forma alguma. Ela quer colaborar, ela está ansiosa que esse resultado venha logo, que isso seja esclarecido. Ela foi clara para mim: ‘Doa a quem doer’, mesmo que o responsável, ou os responsáveis, sejam um ente querido dela”.
A respeito da fogueira encontrada pela Polícia nos fundos da casa, o advogado explicou que um dos filhos de Flordelis teria tomado a iniciativa: “Como tinha reportagem entrando na casa e o gramado estava alto, um dos filhos – que ela não sabe precisar direito – teve essa iniciativa – não foi dela – determinou que cortassem a grama e queimassem no fundo do quintal”, disse Leitão Migueis.
Outros filhos também serão ouvidos para que a Polícia tente esclarecer perguntas que ainda não têm respostas claras: o que tinha na bolsa que Lucas levou à casa quando chegou, 15 minutos antes dos pais, no dia da morte do pastor?; o que ele foi fazer na casa momentos antes do crime?; Onde estão os celulares de Anderson do Carmo e Flávio dos Santos?; quantos tiros foram disparados?; Flávio foi o único a atirar?; e por fim, qual foi a motivação do assassinato?