Foram recolhidos papéis em instituições da Capital e da Grande São Paulo. Documentos farão parte do processo contra os fundadores da igreja.
O promotor do Ministério Público Estadual Marcelo Mendroni conseguiu autorização da Justiça para que fossem cumpridos na tarde desta quarta-feira (10) mandados de constatação, busca e apreensão em três entidades assistenciais mantidas pela Igreja Apostólica Renascer em Cristo.
Acompanhados por oficiais de Justiça e por uma equipe do Grupo de Operações Especiais da Polícia Civil (GOE), integrantes do Ministério Público visitaram o Núcleo Assistencial Heliópolis, na Zona Sul da Capital, a Casa Lar Abrigo de Franco da Rocha, na Grande São Paulo, e o Centro de Recuperação, em Santana do Parnaíba, também na Grande São Paulo.
“Queríamos constatar se as entidades realmente estavam cumprindo com as suas funções, e se eventualmente encontrássemos documentos relevantes eles pudessem ser apreendidos”, afirmou o promotor, que não participou das vistorias.
De acordo com Mendroni, foram apreendidos alguns documentos que deverão ser encaminhados à Justiça “o quanto antes” e deverão fazer parte de processo que apura crime de lavagem de dinheiro contra os fundadores da igreja, Estevam e Sônia Hernandes.
No final da noite, a assessoria da Renascer confirmou as visitas às unidades sociais, mas informou que foi usada “violência desnecessária” durante a ação. Eles consideraram “abusiva a utilização de metralhadoras em orfanatos”, e disseram que o uso de armas constrangeu “até mesmo os policiais recrutados para a operação”. Para a igreja, o cumprimento dos mandados não passou de “uma ação chefiada pelo promotor Marcelo Mendroni”.
Ainda segundo a assessoria, a renascer irá entrar com processo contra o promotor ainda nesta semana.
Resposta do promotor
Sobre as afirmações da Renascer, o promotor Mendroni afirmou que “a execução de uma operação é uma coisa que diz respeito exclusivamente à polícia”. ‘Eu digo a eles o que eu preciso, e eles fazem da forma que acham preciso. Eu não sei como eles foram (ao local). Só pedi o Goe porque é um grupo treinado para esse tipo de situação”, afirmou.
Sobre a abertura de um processo contra ele, Mendroni disse que não tem nada para falar sobre o assunto porque “cumpro os exercícios das minhas funções”.
Fonte: G1