Muçulmanos de aldeia Gowindh pediram desculpas aos cristãos pelo ataque à Nova Igreja Apostólica, após o fim do Ramadã. Eles lamentaram o fato de terem “ferido os sentimentos religiosos” e “profanado” a igreja de quase 60 anos de existência, no último dia 10 de outubro.
Nadeem Anthony de Comissão, da Direitos Humanos do Paquistão (HRCP, sigla em inglês) visitou a região e contou o fato ao “AsiaNews”.
No último dia 10 de outubro, uma multidão irada de extremistas islâmicos atacou com violência a Nova Igreja Apostólica, abusou e ameaçou os cristãos, na aldeia de Gowindh, perto de Hadiyra, nos arredores de Lahore.
Usando o alto-falante da mesquita, eles chamaram mais muçulmanos a praticarem o ato de vandalismo (leia mais).
Alguns clérigos muçulmanos convocaram os fiéis a “uma guerra contra os infiéis”.Centenas de pessoas cantaram slogans anticristãos e marcharam pelas ruas em direção à igreja.
Boicote social
Muçulmanos enfurecidos também sujeitaram os cristãos a um “boicote social”. Durante três dias eles se recusaram a vender qualquer coisa, até mesmo comida para os animais criados pelos cristãos locais.
Dois dias depois, Athar Rasool, supervisor da polícia local, organizou uma reunião pacífica com representantes de ambas as comunidades. Nesse dia, os muçulmanos pediram desculpas e assinaram um acordo de paz com os cristãos, sob a supervisão de um oficial da delegacia de Hadiyara.
A polícia identificou duas pessoas que estiveram por trás das ações, Haji Yasin e Molvi Rasheed, e os advertiu a não criarem mais tensões.
Gowindh é uma aldeia na fronteira da Índia com o Paquistão, em Hadiyara, região de Lahore. A aldeia tem uma população ao redor de 10 mil pessoas, o que inclui 25 famílias cristãs. Há oito mesquitas na aldeia e só uma igreja que foi construída antes da divisão entre a Índia e o Paquistão, em 1947.
Fonte: Portas Abertas