A empresa Nike, uma das maiores fabricantes de materiais esportivos do mundo, anunciou que a possibilidade de customização das camisas da Seleção Brasileira de Futebol com nomes religiosos como “Jesus” ou “Cristo” não será mais possível ao público.
A decisão surgiu após um representante do Ministério Público Federal ingressar com uma ação pedindo esclarecimentos à empresa, por suposta “discriminação” religiosa contra religiões de matrizes africanas.
“‘Amém Jesus’ pode, ‘Laroyê Exu’ não pode. Por que essa segregação religiosa, Nike?”, questionou um cliente, exibindo um print da parte de customização das camisas no site da fabricante.
A postagem indica que antes era possível escolher palavras como “Jesus” para colocar atrás da camisa, mas ao colocar expressões como “Exu”, que faz alusão a uma entidade de religiões como o candomblé, a escolha não era possível.
Acordo com a Nike
Após a representação judicial por suposta discriminação religiosa, a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão no Rio de Janeiro e o MPF se reuniu com a Fisia, distribuidora da Nike no Brasil, e no último dia 11 desse mês fizeram um acordo.
O objetivo, no caso, não foi alterar a política de marketing da empresa, tendo em vista que trata-se de algo interno da empresa, mas garanti que não houvesse uma conduta discriminatória por parte da organização.
“No curso da investigação também entendemos que era importante trazer esse debate para o espaço público”, afirmou a procuradora da República Aline Caixeta. Ficou acertado, então, que a Nike não dará mas a opção de escolher o nome “Jesus”, assim como nenhum outro de conotação religiosa.
Antes, os clientes poderiam customizar o nome que vai na parte de trás da camisa, pagando um valor adicional de R$ 14,99 ao preço total de R$ 349,99. Agora, os clientes poderão escolher outros nomes, mas não expressões religiosas, segundo informações da BBC.