Flávio Lages aborda o assunto e mostra que viver através da música underground já é uma realidade
A graça de Deus é multiforme e pode atingir corações através de diversos meios, em variadas culturas, de acordo com a administração dos dons que cada um recebeu. É o que afirma a própria Palavra em I Pedro 4.10. “Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus”. O músico e escritor Flávio Lages Rodrigues – autor do livro O Rock na Evangelização, lançado em 2006 pela MK Editora – é um dos que seguem este mandamento à risca. Ele dedica a sua vida para mostrar que não é preciso abandonar certos costumes culturais para viver na presença de Deus.
Dessa forma, Lages vive através do seu ministério em ritmo de Rock pesado. Com a sua banda Post Trevor, cujas guitarras rugem um Trash Metal vigoroso, ele mostra que o estilo musical e suas roupas pretas e estilizadas não o impediram de receber a graça de Deus. Ele explica que o estilo é apenas uma cultura inerente à tribos urbanas contemporâneas, que não se apresenta como empecilho à revelação divina.
“O próprio Senhor Jesus estava inserido numa cultura quando andou aqui na terra. Cristo se relacionava com esta cultura. Havia também toda uma maneira de andar, vestir, falar e se alimentar. Assim também é com os roqueiros hoje em dia, que possuem toda uma característica cultural peculiar. Então, se um jovem gosta de Rock, ele será mais receptivo a Palavra de Deus através do Rock. Esse estilo musical, portanto, passa a ser uma ferramenta de evangelização. Além disso, temos que lembrar também que Deus não faz acepção de pessoas e que, independente do local onde o indivíduo esteja inserido, faça somente o que é reto e justo e tema o nome dEle. Somente a Palavra de Deus, e não a cultura, poderá corrigir as falhas e redimir o homem de seu pecado”, acredita.
Em outras palavras, Flávio Lages (foto) afirma que o problema não está na cultura Rock ou em qualquer outra que possa estar entranhada na vida em sociedade, mas no pecado que corrompe qualquer movimento humano que se ausente da presença de Deus. Enfim, o músico e escritor deixa claro que os costumes culturais, por si só, não podem salvar. Somente Cristo. “O estilo musical, na verdade, é apenas um elemento da cultura que nós podemos usar, aliado à revelação de Deus, para pregar a mensagem através da Palavra cantada. É certamente uma forma de sair do gabinete e ir onde as pessoas estão”, afirma.
Vida roqueira
Assim, o músico segue com sua vida regida pela Palavra, sem deixar o estilo underground de viver. Uma opção que ele afirma ser uma realidade, que já conta com bandas e músicos de alta qualidade em diversos pontos do país. “O trabalho que vem sendo realizado por diversas bandas possui uma qualidade excepcional. E o melhor: esses grupos têm como valor agregado a Palavra de Deus, que na verdade é toda a essência deste movimento. Temos músicos excelentes em guitarra, baixo, bateria e teclado. E isso já é um passo importantíssimo. Afinal, se tem qualidade musical, os jovens apreciam com mais facilidade. E são vários estilos dentro do Rock Evangélico brasileiro atual. Tem Punk Rock, New Metal, Hard Core, Hard Rock, Pop Rock, Grunge, Heavy Metal, enfim, todos os sub-estilos do Rock”.
O estilo roqueiro de Flávio Lages é antigo e vem antes de sua conversão. A banda Post Trevor foi formada em 1992 e participava do circuito secular de heavy metal da época. Com o tempo, a banda se desfez sem que nenhum dos integrantes brigassem entre si. Neste meio tempo, eles aceitaram a Cristo, cursaram teologia (todos os integrantes da banda são teólogos) e resolveram atuar novamente na música, só que desta vez tocando Rock evangélico.
A formação original da banda voltou em 2002 e, desde então, realiza apresentações em todo o país. Agora Flávio Lages se dedica para lançar, em breve, seu segundo livro pela MK Editora. Desta vez, o escritor promete se dedicar mais em expor a cena roqueira underground gospel do país. Ele cita a falta de gravadoras especializadas como o maior obstáculo existente hoje para quem deseja se dedicar a um ministério de Rock pesado.
“O maior problema é a falta de abertura para as bandas de Rock Evangélico. Nem mesmo as rádios especializadas em Rock do país costumam abrir as portas. Nós, por exemplo, estamos conseguindo alcançar alguns espaços por causa do meu primeiro livro que está trazendo informação e abrindo as mentes para uma maior aceitação do que propomos. Mas nós vamos prosseguir firmes neste propósito divino”, finaliza.
Fonte: Elnet