EGITO – Depois que Mohammed Hegazy, um muçulmano egípcio, tentou mudar sua identidade religiosa para o cristianismo, outro convertido, acaba de ser a segunda pessoa a fazer tal controversa solicitação.
Depois de 34 anos como praticante do cristianismo, Maher Ahmad El-Mo’Otahssem Bellah El-Gohary, 56 anos, fez um requerimento à Corte do Conselho Estadual, na segunda-feira, dia 4 de agosto, para que a palavra “muçulmano” seja substituída por “cristão” em sua carteira de identidade.
El-Gohary é a segunda pessoa criada no islamismo a fazer o requerimento ao governo egípcio, depois de Mohammed Hegazy, que iniciou seu pedido no dia 2 de agosto de 2007.
O pedido de Hegazy foi recusado pelo Tribunal no dia 29 de janeiro, sob a alegação de que é contra as leis islâmicas que um muçulmano deixe o islã.
“Em seu coração ele pode acreditar no que quiser, mas no papel não pode se converter”, declarou o juiz à Corte administrativa, de acordo com um membro da equipe de defesa de Hegazy.
O juiz do caso Hegazy não apenas o ameaçou de morte durante uma das audiências como também baseou sua decisão no Artigo II da Constituição egípcia, que conserva as leis islâmicas (sharia) como a fonte das leis egípcias.
Liberdade religiosa
O juiz declarou que, de acordo com a sharia, o islamismo é a religião mais completa e que por essa razão os muçulmanos já possuem total liberdade religiosa, mas não podem voltar para as suas antigas crenças (cristianismo ou judaísmo).
“Eu estou muito surpreso com o veredicto da Corte Administrativa, que recusou o pedido de Hegazy”, disse Nabil Ghobreyal, um dos advogados de El-Gohary. “Isso é contra todas as convenções internacionais, como também contra a Constituição egípcia e a lei islâmica, que garantem a liberdade de crenças”.