A Polícia Federal desencadeou na manhã da última quinta-feira (29) a Operação Neto, a fim de cumprir 32 mandados de busca e apreensão contra suspeitos de promover “atos antidemocráticos”. Entre eles está um pastor evangélico chamado Joel Pires Santana, de 42 anos.
De acordo com a PF, os alvos são suspeitos de envolvimento com os atos de vandalismo ocorridos no dia 12 desse mês, em Brasília, quando veículos foram incendiados em Brasília, capital federal.
Além de pastor, Joel Pires também trabalha como juiz de paz no cartório de São Francisco do Guaporé, em Roraima, segundo informações do G1. A função não exige aprovação em concurso, pois é voltada para trabalhos específicos como a realização de casamentos civis.
Joel é o segundo pastor evangélico preso por determinação judicial do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que atualmente também preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O primeiro foi o indígena José Acácio Serere Xavante, mais conhecido simplesmente como “Cacique Tserere”, preso no dia 12, também por suspeita de promover atos antidemocráticos e ameaça às instituições da República.
Versão da PF
De acordo com a Polícia Federal, a operação Neto teve por objetivo autuar os suspeitos que “teriam tentado invadir a sede da PF com o objetivo de resgatar um homem preso pela instituição no dia 12”, neste caso o Cacique Tserere.
“Após serem frustrados”, segundo a PF, os manifestantes “teriam dado início a uma série de atos de vandalismo pela cidade. As duas investigações foram encaminhadas, em razão de declínio de competência, ao Supremo Tribunal Federal.”
Até hoje as manifestações em protesto contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prosseguem pelo país. Já são quase dois meses de atos realizados em frente aos quartéis do Exército Brasileiro.
A expectativa da equipe do novo governo, contudo, é que a posse de Lula marcada para o próximo domingo (1), e a consequente saída do atual presidente Jair Bolsonaro (PL), sirvam para desmobilizar os acampamentos bolsonaristas.