Preso desde agosto do ano passado pelo regime do ditador Daniel Ortega, o padre Óscar Danilo Benavidez Dávila foi condenado a incríveis 10 anos de prisão, sendo cinco por suposta “conspiração para minar a integridade nacional” da Nicarágua, e mais cinco pela também suposta “propagação de notícias falsas”, segundo a ACIdigital e o jornal alemão Deutsche Welle (DW).
A condenação do religioso foi determinada pela juíza Nancy del Carmen Aguirre Gudiel, chefe do Décimo Juízo Judicial Penal de Manágua. Dávila atuava como pároco de São João Maria Vianney, em Matagalpa, e foi nomeado posteriormente para ser assessor da pastoral juvenil da diocese de Matagalpa.
Dávila é um dos dez padres detidos pela ditadura de Ortega, na Nicarágua. Eles são vítimas de uma onda de perseguição por parte do governo aos críticos do regime. A defesa do líder religioso afirmou que a motivação para a sua condenação foram críticas publicadas por ele nas redes sociais.
O GospelMais vem noticiando que 2018 os críticos da ditadura de Ortega vêm sendo perseguidos, em especial os líderes católicos por terem acolhido manifestantes acusados de conspiração contra o regime.
“As igrejas têm sido fundamentais na crise de direitos humanos na Nicarágua e, por isso, tornaram-se alvo da perseguição indiscriminada de Ortega e seus aliados”, explicou Patrícia Montenegro, membro do Observatório Pró-transparência e Anticorrupção.
Omissão do Papa?
Diante do avanço do autoritarismo contra os líderes católicos, o jornalista mexicano Otoniel Martínez, responsável por um documentário que aborda o atual cenário de perseguição na Nicarágua, chegou a questionar o posicionamento do líder máximo da Igreja Católica, o Papa Francisco.
“É curioso que o papa Francisco só se posicionou através do Twitter, onde em duas publicações ele pede que haja diálogo, mas não se pronunciou por outros meios”, disse ele, explicando que ao colher depoimento dos fiéis locais, muitos se mostraram “assustados” pelo fato do Papa não ter “manifestado nenhum apoio ou enviado representantes da Igreja Católica” ao país.
Um dado curioso que tem levantado preocupação entre os líderes cristãos, também no Brasil, é o uso de narrativas subjetivas e facilmente manipuláveis como “notícias falsas” e “conspiração” para perseguir os críticos dos regimes esquerdistas. Veja outro exemplo, abaixo:
Ditadura da Nicarágua mantém a prisão de bispo acusado de “espalhar fake news”