O pastor Estevam Fernandes, presidente da Primeira Igreja Batista de João Pessoa (PB) e psicólogo, falou sobre a influência que o movimento LGBT passou a exercer sobre jovens evangélicos e contou que tem buscado a Deus por orientação para lidar com as circunstâncias.
O relato foi feito durante um debate sobre o tema “Como lidar com a homossexualidade na igreja” no evento “Pastor discipulando Pastor”, promovido pelo pastor Josué Gonçalves, conhecido por seu ministério de terapia familiar.
“O crescimento do movimento LGBT e o número grande de homossexuais na Igreja – e quando eu falo de um número grande de homossexuais na Igreja, eu não estou falando de novos convertidos que vieram já com essa prática. Eu estou falando de jovens, filhos de famílias da igreja que de repente, começam a se declararem homossexuais”, introduziu Gonçalves.
O pastor Fernandes se prontificou a falar sobre o assunto, dizendo tratar-se de uma preocupação “extremamente relevante, contemporânea e urgente”.
Como psicólogo, ele destacou que “tudo que é novo provoca às vezes alguns choques, demanda reflexão, depois a internalização para gerar interpretação, e após isso, ação”.
“O que fazer? Na minha igreja, eu tenho um grupo de dança, chamado ‘Corpo e Luz’, de coreografia feminina, e um senhor passou a frequentar a igreja porque a filha amou a igreja durante a pandemia no culto online dos adolescentes. Toda sexta-feira à noite. E o pai, empresário na cidade, ficou feliz e foi trazendo a filha para os ensaios. Quando os cultos voltaram, presenciais, o pai trazia a filha e ficava esperando até o culto acabar”, introduziu.
“O pai começou a notar a filha diferente no comportamento. Resumindo: o pai teve acesso ao celular da menina, e na minha igreja, toda sexta-feira – e isso há pouco tempo atrás – elas tinham um grupo de umas 4 meninas, no banheiro, encontros lésbicos, homoafetivos”, disse Fernandes.
A situação, questionada pelo pai, foi descrita pela jovem como sendo influência das amizades que fez depois que se converteu: “Ela disse ao pai – olha que coisa perigosa – ‘eu não era assim, eu aprendi na igreja’. E o pai não tem um ano de convertido, e veio pedir ajuda”.
“Eu disse ao pai ‘eu não sei o que fazer, mas vou orar e vamos construir um caminho’. Chamei o líder e estamos construindo um caminho. O caminho, primeiro, não é de exclusão, não é de condenação, não é de desprezo. Nem de fingir que não existe. O caminho é de reflexão. ‘Senhor, eu preciso da Tua direção para isso’”, admitiu o pastor da PIB João Pessoa.
“Eu não sei o que fazer, porque é muito recente. Não sei. Só sei que foi na minha igreja, não posso negar. E não nego que não sei o que fazer”, reiterou Estevam Fernandes.
Desafio
Segundo o pastor paraibano, o caso com as adolescentes não foi o único a surpreendê-lo nos últimos meses: “O segundo [caso] é de um rapaz do louvor. Todo sábado, com um violão, na frente da igreja. Bênção. Disse para mim, assim, marcou uma hora, usou essa expressão muito comum da mídia LGBT: ‘Pastor, eu decidi sair do armário, eu sou gay, e estou apaixonado por um rapaz aqui da própria igreja’. Então eu vim entregar o meu ministério, eu sei que o Senhor não concorda, eu sei que a Igreja não concorda, mas eu não posso ficar nessa esquizofrenia comportamental’. Nos deixou todos chocados. É uma realidade nova”.
Atônito diante dos relatos do colega de ministério, o pastor Josué Gonçalves convidou os pais a dividirem a responsabilidade no assunto, agindo de forma preventiva ao cumprir seus papéis na criação e educação dos filhos:
“É uma realidade que está dentro da maioria das igrejas, por isso que eu ministro muito aos pais, e eu venho insistindo com os pais para que estejam, não só perto, mas mais presentes na vida dos filhos para se antecipar a um problema como esse. Muitas vezes isso tem muito a ver com a ausência da figura paterna”, finalizou.
Ver essa foto no Instagram