Repudiado por 23 pastores evangélicos do Rio de Janeiro, que afirmaram não o reconhecer como pastor evangélico, Henrique Vieira continua fazendo declarações polêmicas envolvendo a doutrina cristã, entre elas a de que o verdadeiro Jesus Cristo será apresentado pela escola de samba Mangueira, em seu desfile no carnaval 2020.
Vieira será uma das pessoas que vão interpretar a pessoa de Jesus Cristo no desfile da Mangueira este ano, o qual terá como tema “A Verdade Vos Fará Livre”. Para o pastor, ex-vereador de Niterói e filiado ao PSOL, será a verdadeira representação do Messias.
“Será um Jesus de amor, justiça e defesa dos corpos oprimidos”, disse Vieira. “Numa época em que se usa tanto o nome de Cristo para estimular o ódio, o preconceito, a violência, a opressão, a Mangueira vai levar para a avenida o verdadeiro Jesus da Bíblia”.
A visão de Henrique Vieira retrata com precisão a reinterpretação da Bíblia Sagrada sob às lentes da ideologia marxista, onde a utilização de jargões políticos como “justiça social” e “luta contra a opressão” são frutos de uma noção distorcida acerca do propósito salvífico do Evangelho de Cristo.
É o que explica o renomado teólogo Dr. Russell Shedd em seu livro “A Justiça Social e a Interpretação da Bíblia”, onde o mesmo desconstrói a ideia de líderes da esquerda que tentam reduzir a mensagem do Reino de Deus aos aspectos mundanos, reinterpretando a mensagem da salvação em termos políticos e não eternos.
Neste mesmo sentido, o pastor apologista John MacArthur, autor de inúmeros livros no meio evangélico, também comentou em uma análise feita no Grace to You: “Os evangélicos que estão dizendo mais e falando mais alto hoje em dia sobre o que é chamado de ‘justiça social’ parecem ter uma perspectiva muito diferente”.
“A retórica deles certamente aponta uma direção diferente, exigindo arrependimento e reparações de um grupo étnico pelos pecados de seus ancestrais contra outro. É a linguagem da lei, não o evangelho – e pior, reflete o jargão da política mundana, não a mensagem de Cristo”, afirmou MacArthur.
Para Vieira, no entanto, “ao longo da história, muitas vezes o cristianismo não compreendeu bem Jesus. Em nome de Jesus se legitimou as Cruzadas, a colonização violenta da América, a escravidão”.
“Provavelmente hoje matariam Jesus de novo, e matariam Jesus em nome de Jesus”, completou o ativista, segundo informações do UOL.