O pastor Victor Ajisafe, líder de uma das principais denominações evangélicas em Serra Leoa, foi preso após uma pregação sua ser publicada na internet. No vídeo, ele dizia que o islamismo é uma “religião violenta, com mentiras e enganos”.
O líder da Sanctuary Praise Church disse também considerar os muçulmanos como responsáveis por “todos os atos terroristas na história do mundo”. O país é majoritariamente muçulmano, com aproximadamente 78% da população seguindo a religião de Maomé.
Com a repercussão das declarações, as autoridades do país decidiram fechar todos os seis megatemplos da Sanctuary Praise Church, além de prender o pastor Ajisafe, para que uma “investigação mais aprofundada” seja feita. Também foi determinada a guarda dos templos pela polícia, para evitar que os fiéis entrem para se reunirem e cultuarem.
De acordo com informações do portal Christian Today, a prisão do pastor aconteceu na última terça-feira, 26 de setembro, mas o Ministério do Bem-Estar Social alega que a detenção foi feita para garantir a segurança do líder evangélico.
No entanto, MB Kamara, chefe da equipe de investigações criminais do país, disse que ele teria de pagar uma multa: “Todo mundo está muito chateado com sua mensagem. Somos um país muito tolerante religiosamente e ninguém se preocupa se alguém é muçulmano ou cristão. Todos nós vivemos pacificamente por gerações, e ninguém quer que isso seja interrompido”, afirmou o investigador.
Serra Leoa não possui leis específicas sobre “discurso de ódio”, mas a legislação proíbe a incitação ao ódio, e o procurador-geral do país, Joseph Kamara, deverá anunciar como o caso será levado adiante em breve.
O diretor do Centro de Responsabilidade e Estado de Direito, Ibrahim Tommy, disse que proibir pessoas da igreja de Ajisafe de cultuarem pode violar o direito das pessoas a uma assembleia livre.
“É completamente errado o que ele [pastor] disse, e de certa forma criminoso. Ele deve ser responsabilizado, mas eu não acho que o governo precise fechar suas igrejas e acabar com as congregações apenas por causa de uma pessoa. As pessoas têm o direito de adorar onde elas quiserem. Podemos nos aventurar em um território perigoso, limitando esse direito, mesmo que temporariamente”, comentou.