Durante muitos anos, o evangelismo foi uma prática enfatizada como indispensável em praticamente todas às igrejas protestantes. Era comum observar semanalmente, geralmente nos finais de semana, grupos de evangélicos saindo nas ruas para evangelizar, segurando suas bíblias e com panfletos carimbados pela Sociedade Bíblica do Brasil.
Essa prática, no entanto, perdeu força com o passar do tempo. Novos métodos de evangelização sugiram com a explosão das redes sociais, mas também muitos, como o evangelismo de rua, foram sufocados pelo avanço do “politicamente correto”, o qual procura intimidar quem fala abertamente sobre o pecado e a condenação eterna ao inferno dos que não forem salvos por Jesus Cristo.
Diante deste cenário, no entanto, há pastores como Ian Carrico, da Beulah Baptist Church, nos Estados Unidos, que mantém a firmeza na pregação da Palavra de Deus de forma simples e tradicional, indo de casa em casa, como nos tempos da Igreja Primitiva, para anunciar que Jesus Cristo é o único caminho.
Em uma dessas experiências com sua equipe de evangelismo, a qual inclui diáconos e membros da igreja, o pastor Carrico disse que conseguiu alcançar três vidas para Deus, sendo um ateu, um pagão e um universalista.
Kenny Ragers, estrategista de evangelismo da Convenção Batista Kentucky, se uniu ao pastor Carrico nesse dia e falou sobre o momento:
“Pode ser a única vez que algumas dessas pessoas vão se envolver em uma conversa sobre o evangelho. Três dos que encontramos, todos viviam na mesma estrada e, provavelmente, nunca teriam ido à igreja. Mas fomos até eles e declaramos o Evangelho a eles. Eles foram gentis conosco”.
“Você trabalha e trabalha – eu provavelmente não faço tudo o que devo fazer – e Deus permite que você colha frutos em certos momentos”, disse Carrico, segundo o portal Baptist Press. “É uma coisa incrível!”.
Os pastores explicam que basta uma Bíblia e panfletos para iniciar a evangelização. Antes de sair às ruas, no entanto, eles se reúnem na igreja e fazem um levantamento da área, dos vizinhos e suas possíveis necessidades.
Cada encontro na rua, nas calçadas, portas das casas e praças é uma oportunidade de parar, entregar uma pequena mensagem evangelística escrita e ter a chance de fazer algumas perguntas, uma oração ou mesmo um espaço para tirar dúvidas acerca de Deus.
O pastor Carrico explica que alguns métodos de contato modernos não funcionam, porque não criam a oportunidade de interação humana, especialmente quando se tratam de pessoas com algum tipo de questionamento em relação aos evangélicos.
“Muitas pessoas têm ressentimentos sobre a igreja ou uma visão distorcida de Deus”, disse ele. “Você vai alcançá-las através de algum tipo de mala direta que diz ‘Venha para o nosso grande evento e tenha pipoca e pizza’? Não sei se isso vai funcionar”.
Contudo, Carrico e Ragers não descartam os métodos modernos de evangelismo. Ele apenas sugere que a maneira mais tradicional, onde existe o contato pessoal, com a igreja saindo em busca dos perdidos, indo ao encontro deles, não pode deixar de existir, especialmente por ser uma ordenança bíblica.
“Você só precisa de uma rua e uma Bíblia. Eu acho que as pessoas anseiam por um toque pessoal”, conclui Ragers.