O pastor Luiz de Jesus, líder da igreja Catedral da Família, em Palmas, foi denunciado ao Ministério Público Estadual do Tocantins após a publicação de um vídeo onde ele aparece fazendo uma oração sobre uma adolescente supostamente com atrações homossexuais.
O vídeo foi compartilhado no perfil da própria igreja, mas devido à repercussão negativa acabou sendo apagado pelo religioso, que nega qualquer prática de discriminação contra a menor, que estava acompanhada dos pais.
Na gravação editada é possível ver o pastor se dirigindo à jovem, em momento de oração, afirmando que “Jesus gritou na minha alma vai casar com homem, vai ter filhos. A partir de hoje vai se vestir igual mulher. Porque Jesus arranca o demônio lá de dentro agora”.
Com base na atitude do pastor, que expressa a sua crença natural a respeito dos ensinamentos bíblicos sobre sexualidade, o grupo Coletivo SOMOS (PT) acionou o Ministério Público alegando que o líder religioso teria tentado fazer “cura gay” e praticado “curandeirismo”.
“Associar orientação sexual a ‘possessão demoníaca’ e prometer ‘curas milagrosas’, como ‘vomitar o câncer’, é desumano, perigoso e viola direitos fundamentais”, afirma o Coletivo Somos.
Pastor nega
Luiz de Jesus, no entanto, nega as acusações: “Na minha igreja, talvez ninguém sabe, tem casal de homossexual que é meu amigo, eu tenho acho que cinco ou seis homossexuais na minha igreja”, disse ele ao G1.
O religioso também lembrou que os pais da menor estavam na companhia dela, e ambos voluntariamente concordaram com a oração, incluindo a própria adolescente, que pediu a oração.
“A partir de hoje, a minha vida é mudada. Eu sou mulher e eu aceito o que Deus tem para mim”, disse a menor, segundo o Diário do Nordeste.
O pastor também explicou que ao se referir a “demônio”, sua oração foi com relação à insônia da menor, que há meses não estava conseguindo dormir. Os pais endossaram o argumento do religioso.
Perseguição
A denúncia contra o pastor Luiz de Jesus é mais um caso em que grupos de ativistas tentam colocar em xeque a liberdade religiosa dos evangélicos, judicializando práticas e falas que pertencem ao meio religioso, uma vez que são frutos das crenças e bases teológicas de cada igreja.
Abaixo, veja mais uma matéria com outro exemplo desse tipo de perseguição:
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