Três líderes evangélicos foram condenados pela Justiça do Maranhão por danos morais coletivos após uma marcha de fiéis que realizou orações em frente a um terreiro.
As igrejas envolvidas no episódio que foi considerado perturbação religiosa, crime previsto no artigo 208 do Código Penal, deverão pagar uma multa de R$ 5 mil. A Justiça maranhense também definiu que uma multa de R$ 2.000 será imposta em qualquer novo episódio.
Os condenados foram Flávia Maria Ferreira dos Santos, Charles Douglas Santos Lima e Marco Antônio Ferreira, que lideraram uma marcha por bairros de São Luís, a capital do estado, em gratidão pelos 12 anos de fundação do Ministério Gideões.
A Igreja Pentecostal Jeová Nissi, que fica em frente ao terreiro Casa Fanti Ashanti, foi um dos pontos de parada da marcha evangélica, que já havia passado por outros bairros. Na ocasião, os integrantes do terreiro estavam se preparando para uma festividade tradicional dedicada ao orixá Ogum.
Enquanto os evangélicos oravam do lado de fora, um grupo de integrantes do terreiro reagiu, acusando os fiéis de intolerância religiosa por conta de palavras como “vamos expulsar os demônios” e “a Palavra de Deus não pode parar”, que foram entendidas como referente às crenças da religião afro.
Uma Ação Civil Pública ajuizada pela Defensoria Pública do Estado do Maranhão se tornou um processo, que culminou com a condenação dos líderes das igrejas envolvidas.
“Nós completamos 12 anos de ministério e todo ano fazemos uma marcha para Cristo declarando que o Senhor é a nossa bandeira. Nós percorremos todos os bairros, Cruzeiro do Anil, Isabel Cafeteira. Em locais estratégicos, nós parávamos, evangelizávamos, pregávamos o Evangelho de Deus, e o último ponto que paramos foi em frente a uma igreja evangélica. Era o último ponto de parada para fazer o último clamor voltado para o nosso ministério, para encerrar a marcha!”, disse o pastor Charles Douglas, negando a acusação de perturbação religiosa, de acordo com informações do G1.