O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é alvo de uma petição online que já obteve a assinatura de mais de 1,2 milhão de pessoas. O documento expressa o desejo de vê-lo sem o mandato.
Cunha é acusado de ter mentido durante depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigava os escândalos da Petrobras. Na ocasião, afirmou que não possuía contas no exterior, mas posteriormente, com o avanço das investigações da Operação Lava-Jato, documentos enviados pelas autoridades da Suíça mostraram que ele possuía contas de suas empresas naquele país.
Como argumento de defesa, Cunha alegou que não era o titular das contas, e sim, usufrutuário delas – ou seja, beneficiário direto. Habilidoso política e regimentalmente, o deputado mais polêmico da bancada evangélica vem, seguidamente, usando suas cartadas para adiar o processo aberto contra ele no Conselho de Ética da Câmara, que é considerada a ameaça mais iminente ao seu mandato.
“Parte da população está empenhada pela cassação de Eduardo Cunha, ainda que não haja aparente empenho dos parlamentares em dar andamento ao processo — fala-se até em ‘anistia’ ao presidente da Casa. Mais de 1,2 milhão de pessoas já assinaram uma petição no Avaaz para a cassação do mandato de Cunha. O objetivo é conseguir 2 milhões de assinaturas e entregá-las ao Conselho de Ética da Câmara”, publicou o jornalista Pedro de Carvalho, na coluna Radar Online, da revista Veja.
Um acordo, porém, pretende salvar o mandato de Cunha em troca de sua renúncia à presidência da Câmara e uma leve punição pelo Conselho de Ética, com suspensão do mandato. Dessa forma, ele sairia dos holofotes para não prejudicar o eventual governo Temer.
Enquanto isso, Eduardo Cunha segue como réu do petrolão no Supremo Tribunal Federal (STF), em um inquérito que pode terminar com sua condenação e consequente cassação de mandato.