Um jornalista e âncora de um telejornal da Fox TV causou polêmica ao afirmar que Jesus pode ter sido gay.
A teoria do norte-americano Don Imus (foto) se baseia num texto do século III, contido no evangelho apócrifo de Judas Iscariotes. O comentário de Imus ocorreu durante uma entrevista que ele fazia por telefone com a analista política Kirsten Powers, afirmando que haviam “algumam indicações” de que “Jesus poderia ter sido gay”.
“Havia centenas de evangelhos escritos, apenas quatro estão na Bíblia. Havia o evangelho de Tomé, Maria teve um evangelho, todos eles tinham um evangelho. Mas Judas – há algumas indicações lá de que Jesus pode ter sido gay”, afirmou o apresentador. A entrevistada se mostrou incomodada com a sugestão polêmica de Imus: “Ah, por favor…”, disse ela, antes de afirmar que considerava “rídícula” a ideia de Imus.
Anteriormente o apresentador já se envolveu em polêmicas por fazer piadas de mau gosto sobre questões raciais, e precisou se desculpar publicamente, de acordo com o site The Independent.
O padre jesuíta e teólogo James Martin, autor do livro Together on Retreat: Meeting Jesus in Prayer (que pode ser traduzido livremente como “Juntos num retiro: a reunião de oração de Jesus”), comentou as declarações polêmicas de Don Imus e afirmou ter certeza de que o evangelho de Judas não insinua nada sobre a sexualidade de Jesus: “Não há nada no evangelho de Judas, ou qualquer um dos quatro evangelhos aceitos, que mostra de forma alguma que Jesus era gay”, declarou em entrevista ao Huffington Post.
“Ele manteve amizade com homens e mulheres. E era carinhoso para com eles, demonstrou afeto e chorou pela morte de Lázaro. Por isso sei que ele era uma pessoa amorosa. Como ser humano, [Jesus] teve a sexualidade humana integral e como qualquer ser humano, tinha seus desejos sexuais, mas ele era solteiro e celibatário. E isso é tudo o que sabemos sobre sua sexualidade”, pontuou o padre, lembrando que o evangelho de Judas foi escrito muito tempo depois do último Evangelho;
Por Tiago Chagas, para o Gospel+