Um jovem pregador foi assassinado na última segunda-feira, 12 de março, após sair do culto em Manguinhos, zona norte do Rio de Janeiro. Segundo testemunhas, ele foi baleado por Policiais Militares que faziam uma blitz na região.
Matheus Mello de Castro, 23 anos, frequentava a Igreja Missão e Fé, fazia planos de se casar com a namorada. Ele estava de moto, e não teria ouvido a ordem de parada dos PMs, que atiraram contra ele.
De acordo com informações do jornal Extra, Matheus foi atingido em um dos braços e no tórax. Ele foi socorrido por moradores e levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Manguinhos por moradores do bairro, mas não resistiu aos ferimentos.
“Ele estava em um refúgio jovem. Quando o grupo de moças e rapazes da igreja se reúne para ensaiar louvores, fazer orações, desabafar e trocar experiências sobre suas vidas. Matheus estava dirigindo o encontro desta segunda-feira. No fim, levou a namorada em casa, no Jacarezinho. Na volta, se deparou com uma viatura. Em vez de parar ou abordar, atiraram nele“, afirmou a tia do jovem, Elen Cristina.
“Na Avenida Dom Hélder Câmara, uns viciados viram a cena e levaram Matheus até a UPA (de Manguinhos) em uma ‘burrinha’ [espécie de carrinho de mão]”, acrescentou Cristina.
Quando a notícia da morte de Matheus se espalhou pelo bairro, ”cerca de cem pessoas”, segundo Cristina, foram até a porta da unidade de saúde. Houve protestos e um ônibus foi incendiado pelos moradores da comunidade.
“É uma dor muito grande. Parece que nos arrancaram um pedaço à força. Meu irmão está transtornado, e minha cunhada precisou ser dopada. Só a misericórdia! Eles estão muito mal. [Matheus era] um menino divertido e muito alegre. Faltam palavras para falar do perfil dele. Era técnico em segurança e trabalhava na parte ambiental da Fundação Oswaldo Cruz”, contou.
A namorada de Matheus também precisou ser atendida depois que ficou sabendo de sua morte. Eles pensavam em noivar em breve e se casar no futuro: “Eram os projetos dele, o sonho dele. E tudo acabou assim desse jeito”, desabafou a tia.