Um professor e estudioso da pedagogia afirmou que a borracha é um instrumento do diabo que influencia as crianças a mentir.
Guy Claxton é cientista cognitivo e leciona na universidade King’s College, e afirmou ao jornal Daily Telegraph que os responsáveis pela educação no Reino Unido deveriam proibir o uso de borrachas nas escolas porque elas “um instrumento do diabo”.
A afirmação contundente e inusitada tem explicação: para o educador, a borracha leva as crianças a sentirem-se envergonhadas de seus erros, pois oferece a possibilidade de apagar uma resposta errada e fingir pra si mesmas que acertaram na primeira tentativa.
De acordo com Claxton, as escolas deveriam estimular os alunos a reconhecerem seus erros, e através disso, deixá-los aptos a lidar com a realidade da vida: “A borracha é um instrumento do diabo porque perpetua uma cultura de vergonha sobre o erro. É uma maneira de mentir para o mundo, que diz ‘Eu não cometi um erro. Fiz direito na primeira vez’. É isso que acontece quando você apaga e substitui o erro”, argumentou o professor.
Para ele, se as crianças puderem aprender com seus erros, criarão resiliência e curiosidade, instrumentos que podem ajudá-las a encarar melhor a vida.
“Precisamos de uma cultura onde as crianças não tenham medo de cometer erros, onde olhem e aprendam com eles. Onde reflitam de maneira contínua e melhorem o que estão fazendo e não que fiquem encantadas por obter a resposta certa rapidamente. Proíba a borracha, coloque uma figura dela em uma grande placa e uma barra vermelha sobre ela, diga às crianças que não apaguem seus erros, mas os destaquem, porque eles são seus amigos, seus professores”, enfatizou Claxton.
Por fim, o educador inglês destacou a importância de os alunos serem estimulados a aprenderem sobre como se busca a resposta para uma pergunta, dúvida ou dificuldade, sem necessariamente serem obcecados por boas notas. Dessa forma, segundo ele, a escola será mais próxima da vida real: “A escola não deve ser apenas um lugar para obter respostas para passar nos testes, ela deveria ser uma preparação real de vida para todas as crianças. Devemos reduzir o fosso entre o que é aprendizagem no mundo real e a maneira como ela está configurada na escola”, explicou.