O Partido dos Trabalhadores (PT) soltou uma nota a respeito do episódio em que um grupo de pessoas invadiu o templo de uma igreja católica, em Curitiba, para supostamente protestar contra o “racismo”, chegando a interromper a realização da missa local. O vereador petista Renato Freitas foi apontado como o líder da ação.
Em seu documento, porém, a executiva estadual do PT do Paraná, apesar de afirmar que “lamenta” o ocorrido, minimizou a atitude de Freitas e seu grupo, alegando que “a missa já havia terminado e o templo estava vazio”, e que haveria por parte da “imprensa tendenciosa, a manipulação de fatos”.
“A Comissão Executiva Estadual do PT do Paraná lamenta o episódio e esclarece que não participou nem da organização nem da decisão de adentrar o templo religioso. Há, por parte da imprensa tendenciosa, a manipulação de fatos para prejudicar o Partido dos Trabalhadores, pois os vídeos evidenciam que no momento em que os manifestantes estiveram no interior da paróquia, a missa já havia terminado e o templo estava vazio”, diz o texto.
Padre nega informação do PT
A informação divulgada pelo PT sobre o momento da invasão à igreja católica, no entanto, não foi confirmada. Isso porque, o padre Luiz Hass, de 74 anos, responsável pela celebração religiosa no momento do ocorrido, afirmou que a missa estava sendo celebrada e que só foi interrompida por causa dos manifestantes.
“Uma situação insuportável, barulho muito grande, pedimos que abaixassem o som lá fora, saíssem da escadaria. Mas começaram a dizer que era igreja dos negros. Suspendi a missa, porque não tinha como, não era horário para fazer o protesto”, afirmou o padre ao Metrópoles.
A Arquidiocese de Curitiba também confirmou a realização da missa no momento do ocorrido, endossando, assim, a versão do padre Luiz Hass, de que a celebração religiosa só foi interrompida por causa da presença dos manifestantes. Em outras palavras, que os fiéis foram forçados a parar a liturgia devido à perturbação.
“Era no mesmo horário da celebração da Missa. Solicitados a não tumultuar o momento litúrgico, lideranças do grupo instaram a comportamentos invasivos, desrespeitosos e grotescos”, diz a nota da Arquidiocese.
O Artigo 208 do Código Penal Brasileiro estabelece que é crime passível de prisão ou multa “impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso”. Com base nisso, lideranças políticas do Paraná anunciaram o pedido de cassação do vereador Renato Freitas, bem como a sua responsabilização judicial.
O presidente da República, Jair Bolsonaro, também anunciou por meio das redes sociais que acionou o Ministério da Justiça e o da Mulher, Justiça e Direitos Humanos para acompanhar o caso.