“Não tem desculpa”. Dessa forma, o pastor Silas Malafaia resumiu a indignação com a decisão da Câmara dos Deputados, a partir da articulação do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ) de retirar o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) do Ministério da Justiça, chefiado por Sérgio Moro, e devolvê-lo ao Ministério da Economia.
O COAF é um órgão que fiscaliza atividades financeiras atípicas, e vem sendo usado como uma ferramenta de combate à lavagem de dinheiro. Em janeiro, logo após assumir, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) cumpriu uma promessa de campanha: colocar o órgão nas mãos do ministro Sérgio Moro, para que os trabalhos fossem agilizados.
No entanto, essa iniciativa é parte de uma reforma administrativa editada por Medida Provisória, que precisa ser votada pelo Congresso Nacional para ter validade. Dentre outras mudanças, Bolsonaro reduziu o número de ministérios de 29 para 22.
Embora a decisão da Câmara ainda precise ser revista pelo Senado – o que garante uma possibilidade de que o COAF permaneça subordinado a Sérgio Moro -, a interpretação comum é que os deputados agiram para limitar a capacidade de ação do Ministério da Justiça.
Dentre os que votaram contra a permanência do COAF com Sérgio Moro estão alguns integrantes da bancada evangélica, como por exemplo, os estreantes em Brasília Abílio Santana (PHS-BA), Otoni de Paula (PSC-RJ) e Sargento Isidório (Avante-BA).
“Bolsonaro perdeu […]? Moro perdeu, quando os deputados tiraram o COAF da Justiça e voltaram para a Economia? Quem perdeu? O povo brasileiro”, comentou o pastor Silas Malafaia.
Afirmando que o presidente tem “cumprido ponto a ponto” suas promessas de campanha, o líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC) enfatizou que “quem não deve, não teme”: “É isso que é governo transparente. Por que o COAF na mão de Moro? Para agilizar o combate a crimes”, acrescentou.
Na visão do pastor, a atitude dos deputados que votaram pela saída do COAF do Ministério da Justiça evidencia “rabo preso”: “Estão com medo? Quem perdeu foi o Brasil. Não venha para cá com desculpa, porque eu não sou tolo, nem idiota”, acrescentou.
Confira a lista dos deputados da bancada evangélica que votaram pela retirada do COAF do Ministério da Justiça:
Abílio Santana – (PHS-BA) Assembleia de Deus
Aguinaldo Ribeiro – (PP-PB) Batista
Alexandre Serfiotis – (PSD-RJ) Fazei Discípulos
Altineu Cortes – (PR-RJ) Assembleia de Deus
André Abdon – (PP-AP) Assembleia de Deus
André Ferreira – (PSC-PE) Assembleia de Deus
Aureo – (SD-RJ) Metodista
Benedita da Silva – (PT-RJ) Presbiteriana
Bispo Ossesio – (PRB-PE) Igreja Universal
Celina Leão – (PP-DF) Comunidade das Nações
Cleber Verde – (PRB-MA) Assembleia de Deus
Daniela do Waguinho – (MDB-RJ) Nova Vida
David Soares – (DEM-SP) Internacional da Graça
Fausto Pinato – (PP-SP) Congregação Cristã no Brasil
Gilberto Abramo – (PRB-MG) Igreja Universal
Glaustin da Fokus – (PSC-GO) Assembleia de Deus
Jhonatan de Jesus – (PRB-RR) Igreja Universal
Julio Cesar – (PRB/DF) Igreja Universal
Laercio Oliveira – (PP-SE) Presbiteriana
Manuel Marcos – (PRB-AC) Igreja Universal
Marcio Marinho – (PRB-BA) Igreja Universal
Maria Rosas – (PRB-SP) Igreja Universal
Milton Vieira – (PRB-SP) Igreja Universal
Olival Marques – (DEM-PA) Assembleia de Deus
Otoni de Paula – (PSC-RJ) Assembleia de Deus
Policial Kátia Sastre – (PR-SP) Assembleia de Deus
Rejane Dias – (PT-PI) Batista
Roberto Alves – (PRB-SP) Igreja Universal
Rosangela Gomes – (PRB-RJ) Igreja Universal
Sargento Isidório – (AVANTE-BA) Assembleia de Deus
Tito – (AVANTE-BA) Assembleia de Deus
Vava Martins – (PRB-PA) Igreja Universal
Vinícius Carvalho – (PRB-SP) Igreja Universal