Em tempos de crise econômica e social, com os malfeitos de corrupção sendo expostos diariamente, é comum ver pastores incentivando os cristãos a orarem pela cura da Nação. Entretanto, o pastor Hernandes Dias Lopes alerta que Deus não agirá na sociedade antes de terminar a restauração da Igreja.
Com um sermão baseado em II Crônicas 7, o pastor presbiteriano afirmou que é preciso atentar para a vontade do Pai em relação à proposta de experiência profunda e gloriosa da qual se trata o Evangelho, e disso, surgirá o avivamento espiritual.
“Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e orar, buscar a minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra”, destacou Lopes, recitando o versículo.
A condicionante da mensagem foi enfatizada pelo pastor: “Mesmo sendo povo de Deus, nós podemos, rebeldemente, nos afastar da intimidade de Deus. Nessa hora Deus precisa nos disciplinar para nos voltarmos para Ele”.
Seguindo o raciocínio lógico, Hernandes Dias Lopes observou que a obra divina necessariamente tem seu início no corpo de Cristo: “Deus não irá restaurar a nação antes de restaurar a Igreja. O juízo começa pela casa de Deus. A mudança começa em nosso coração”, disse ele.
O pastor foi além, frisando que “a soberania de Deus não anula a nossa responsabilidade” de buscá-Lo, e de fazer com que a transformação causada pelo Evangelho em nossas vidas seja percebida pelos demais.
“Por isso, avivamento começa com choro. Começa não com a religiosidade teatral, onde se rasga as vestes e não o coração”, exortou. “Todos os avivamentos da história foram precedidos por oração. Se nós queremos avivamento para a igreja e restauração da Nação, nós precisamos nos humilhar e buscar a Deus em oração. Não há outro caminho. Essa é a receita de Deus”, acrescentou.
Autocrítica
Hernandes Dias Lopes convidou os ouvintes de seu sermão, pregado na Igreja Presbiteriana de Pinheiros, a uma reflexão sobre a oração, e pontuou que nossas preces nem sempre são uma ação em busca da presença de Deus.
“Passe um prumo nas orações feitas hoje e você verá isso. O conteúdo da maioria das orações é ‘me dê, abençoe minha casa, meu trabalho, meus amigos’… Nós estamos orando como se Deus fosse uma espécie de ‘office boy celestial’”, criticou.
“Avivamento não é sede de bênçãos. Avivamento é sede de Deus […] É buscar a face de Deus, é ter ânsia por Deus, é desejar mais do que qualquer outra coisa a manifestação de Deus”, explicou.
O sermão, rico, chamou atenção ainda para o fato de que a Bíblia é enfática ao dizer que é preciso abandonar os maus caminhos: “Nenhum de nós está fora do alcance dessa exortação — todos nós temos maus caminhos que precisamos abandonar. Nós queremos um avivamento e este avivamento passa por nós. Deus está mostrando o caminho e o preço que devemos pagar”.
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