O preconceito existente contra a parcela evangélica da sociedade brasileira se manifesta de diferentes formas na grande mídia, e as redes sociais representam um fenômeno que evidencia essa visão negativa pré-concebida das figuras que ocupam os principais veículos de comunicação. A bola da vez é o economista e apresentador Ricardo Amorim, da GloboNews.
Amorim é visto como um dos mais influentes economistas brasileiros e apresenta o programa Manhattan Connection no canal pago do Grupo Globo. Na última semana, ele usou sua página no Instagram para compartilhar um infográfico em que comparava pastores a ladrões de bancos e profissionais da música que atuam em clubes noturnos.
A publicação, feita na quinta-feira, 30 de agosto, unia pastores com ladrões de banco e DJs pelas frases “me dê seu dinheiro”, “ponha as mãos para o alto” e “vocês estão comigo?”. Há no infográfico uma quarta frase que é associada pelo economista a ladrões de banco e DJs: “Todo mundo no chão”.
Amorim foi bombardeado com críticas após sua demonstração de preconceito: “Uau! Que decepção. Idiotices e pensamentos retrógrados. Uma atitude discriminatória e de péssimo gosto. E pensar que já admirei algumas das suas colocações”, lamentou o cantor e pastor André Valadão.
O pastor Josué Gonçalves foi outro que teceu críticas severas a Ricardo Amorim: “Até cabeças pensantes também sofrem momentos de ‘diarreia mental’. Não entendo como um jornalista tão brilhante pode fazer uma colocação tão infeliz. Vai aqui o meu repúdio pela generalização, colocando todos os pastores no mesmo saco”, declarou o líder do Ministério Família Debaixo da Graça.
Nelson Júnior, idealizador do movimento Eu Escolhi Esperar, também reprovou a publicação: “Eu sou um pastor, não me envergonho da minha missão e propósito de vida. Exceções nunca podem se tornar uma regra. Eu e milhares de pastores podemos andar de cabeça erguida e consciência tranquila que temos trabalhado por uma sociedade melhor, levando esperança aos sofridos, servindo ao próximo com respeito e amor”, pontuou.
“E sobre Ricardo Amorim, seu post só expõe nossa fragilidade como seres humanos. Todos nós podemos ter um momento de debilidade, cometer erros, inclusive publicamente. Meu perdão e respeito, um momento de infelicidade não desqualifica um ser humano, um profissional ou cidadão. A intolerância de um não justifica a de outro”, acrescentou Nelson Júnior.
“A atitude demonstrou ignorância total sobre o ofício de cuidar dos que, talvez, não sejam tão privilegiados, e ao mesmo tempo contribuir com as pessoas, sem distinção, e de várias formas, com vistas a um caminhar seguro e de paz. Todos, inclusive o economista, carecem de remissão”, criticou o pastor Eduardo Reis.
Gidalti Alencar, pastor assembleiano, aproveitou para estender suas críticas à empresa para quem o economista trabalha: “Coitado do Amorim, ele tem formação acadêmica boa mas a mente atrofiada pela influência da Rede Esgoto”, afirmou.
Luiz Arcanjo, cantor gospel e ex-vocalista da banda Toque no Altar, observou que a maioria dos comentários foi negativo e sugeriu que Ricardo Amorim se retratasse: “Generalização cretina essa que você fez… Quando você deixa assim na subjetividade fica pior ainda. Se for assim, podemos seguir a sua lógica e dizer que todos os da sua classe são desonestos e levianos, como temos visto em grande parte na mídia brasileira. Não foi legal sua postagem, até porque você tem muitos seguidores que são pastores, assim como eu, que te admiram e respeitam”, lamentou.
“Mais um ferido pelo sistema religioso que ataca até quem é sério e coloca todo mundo no mesmo lugar”, ponderou o cantor Fred Arrais. Confira um screenshot da publicação, que posteriormente foi excluída: