A opção preferencial pelos pobres, a oposição à guerra e uma visão ampla da redenção da humanidade já estavam presentes nas letras dos hinos compostos pelo pastor metodista Charles Wesley (1707-1788), irmão do líder metodista John Wesley.
A teologia da eucaristia e da graça também foi uma ênfase na produção musical de Charles Wesley, destacada pela professora Simei Monteiro, musicista e liturgista do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), nas conferências que ela apresentou na 56a. Semana Wesleyana, organizada pela Faculdade de Teologia Metodista (FaTeo), dias 21 a 25 de maio, em Rudge Ramos, São Paulo.
“Mil vozes para cantar”, tema da Semana, lembrou os 300 anos de Charles Wesley. Monteiro falou, e convidou estudantes, professores e assistentes da Semana a cantarem, de modo intercalado à sua fala, das ênfases teológicas que o musicista inglês desenvolveu relacionadas às experiências de fé, daí resultando a opção pelos pobres e uma forte oposição à guerra do compositor metodista.
Outro conferencista da Semana foi o bispo emérito da Igreja Metodista e professor da FaTeo, Paulo Ayres Mattos, que destacou a teologia desenvolvida nas composições de Charles Wesley focadas no Evangelho de João.
Ayres relacionou essa perspectiva teológica aos desafios presentes nas igrejas hoje e sua interpretação da ação do Espírito Santo, que tem causado muitas divisões, controvérsias e crises doutrinárias.
O pastor presbiteriano e professor Carlos Alberto Rodrigues Alves apresentou um panorama da música no Brasil, as características relacionadas à cultura popular e o desafio que ele percebe para as igrejas hoje.
Logo após a abertura da Semana com um culto, na segunda-feira, 21, foi realizado o painel “Música na Igreja hoje”, integrado pelo musicista da Universidade de Brasília, Davi Junker, pelo musicista e liturgista do Christian Theological Seminary dos Estados Unidos, Tércio Junker, e pela jornalista e professora da FaTeo, Magali do Nascimento Cunha.
O bispo presidente do Colégio Episcopal da Igreja Metodista, João Carlos Lopes, saudou os participantes da Semana Wesleyana e integrou o lançamento do CD “Charles Wesley, o poeta cristão”, que tem a participação do coral do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
A Editora da Universidade, Editeo, lançou dois livros na Semana: “Wesley e o mundo atual”, de Theodore W. Jennings, e “Pluralismo e a missão da Igreja na atualidade”, de Inderjit Bhogal.
O vice-reitor da Universidade Metodista de São Paulo, professor Clóvis Pinto de Castro, ressaltou a força das Semanas Wesleyanas para a Universidade e para a Igreja Metodista. O reitor da Faculdade de Teologia, professor Rui Josgrilberg, enfatizou: “Precisamos acrescentar Charles Wesley em nossas igrejas”.
O professor David Junker comentou a proposta da Igreja Metodista de criação de um Departamento Nacional de Música. Os passos iniciais para essa criação foram dados na Semana com a primeira reunião do grupo nomeado pelo Colégio Episcopal.
A Semana Wesleyana fechou com o painel sobre “Desafios e possibilidades para o trabalho com a música nas igrejas hoje”, seguida de culto.
Fonte: ALC