Um sequestro relâmpago, que poderia terminar em tragédia, se tornou uma oportunidade de evangelização. O homem feito refém passou 20 minutos sob a mira de uma arma, mas não deixou de falar de Deus e oferecer Bíblias para os criminosos.
O caso foi registrado na cidade de Vila Velha (ES). Um corretor de imóveis, que preferiu manter sua identidade em sigilo, foi abordado enquanto falava ao celular na calçada da casa de amigos por um casal de criminosos.
Forçado a dirigir o próprio carro por vinte minutos, sob a mira de uma arma, o corretor de imóveis adotou a estratégia de fazer tudo que era ordenado, e ao mesmo tempo, falar sobre Deus e oferecer ao casal as bíblias que tinha no carro. “Eu ofereci a verdade”, disse ele em entrevista à Gazeta Online.
Nesse meio tempo, o carro passou por dois policiais em motocicletas e o corretor passou a frear o carro várias vezes, a fim de chamar atenção dos PMs. A estratégia funcionou e o carro passou a ser seguido de perto.
“A todo instante ele dizia que ia me matar. Pior que ele, era a menina. Isso me assustou mais, pois ela era a que mais falava coisas assustadoras. Ofereci até a minha Bíblia e a da minha esposa para que eles tivessem a palavra de Deus e também o carro para me deixarem, mas gritaram que não queriam”, relembrou o corretor de imóveis.
Como os PMs sabiam que tratava-se de uma ocorrência em andamento, acionaram outras viaturas que, em poucos minutos, fizeram o cerco para abordar o veículo e prender os suspeitos.
“Eles [sequestradores] mandaram eu acelerar ainda mais, e eu fiz isso, pois era tudo ou nada. Quando me aproximei, freei uma vez, e depois de novo, fazendo com que o rapaz armado no banco do carona batesse a cabeça no painel. Foi aí que consegui escapar, já a 3 metros dos policiais”, detalhou a vítima.
O sequestrador foi identificado como Vinicius Lacerda de Souza Januário, de 19 anos, e a adolescente que a acompanhava teve a identidade mantida em sigilo, após serem encaminhados para a 2ª Delegacia Regional de Vila Velha onde foram autuados em flagrante pelo crime de roubo majorado pela restrição da liberdade da vítima, emprego de arma e concurso de pessoas.
“Foi Deus quem me ajudou, falou comigo de coisas que vão acontecer na minha vida por isso eu sabia que não ia acontecer nada comigo naquele momento. Foi um livramento de Deus”, concluiu o corretor de imóveis.