Os apresentadores de TV Sikêra Jr. e Patricia Abravanel estão no centro de uma investida do governo liderado por João Doria (PSDB) após manifestarem opiniões contrárias às bandeiras defendidas pela militância LGBT.
A Secretaria de Justiça do governo paulista, que tem como titular o advogado Fernando José da Costa, anunciou que abrirá uma investigação – que poderá resultar num processo – contra os dois apresentadores por suposta “LGBTQIA+fobia”.
Os dois fizeram declarações durante seus respectivos programas, exibidos pelas emissoras RedeTV! e SBT, contra a postura da militância LGBT.
No caso de Sikêra Jr, as críticas foram motivadas pela iniciativa da rede de fast-food Burger King de veicular uma peça publicitária com crianças, que foi amplamente criticada por conservadores.
“A criançada está sendo usada. Um povo lacrador que não convence mais os adultos e agora vão usar as crianças. É uma lição de comunismo: vamos atacar a base, a base familiar, é isso que eles querem. Nós não vamos deixar!”, disse Sikêra Jr. no dia 25 de junho. Em seguida, ele se referiu aos ativistas como “raça desgraçada”.
Já o caso de Patricia Abravanel é de 1º de junho, durante seu programa Vem Pra Cá. Na ocasião, a apresentadora evangélica defendeu que os conservadores têm o direito de reprovarem publicamente atitudes da militância LGBT.
De acordo com informações do portal Notícias da TV, a Comunicação da Secretaria da Justiça confirmou o processo contra os dois apresentadores, que serão intimados para audiência de conciliação nos próximos dias, no Tribunal de Justiça de São Paulo, que deverá mediar o caso.
O secretário da Justiça e Cidadania do governo Doria emitiu um comunicado sobre o caso:
“O Governo de São Paulo e a Secretaria da Justiça e Cidadania não toleram a intolerância. Discriminação é crime.
Estamos abrindo expedientes administrativos de casos de grande repercussão na mídia para apurar a prática de LGBTfobia contra o apresentador Sikêra Jr, a apresentadora Patricia Abravanel, além de dois vereadores, um de Itararé e outro de São José do Rio Preto.
Em 2019 instauramos 20 processos administrativos por LGBTfobia, em 2020 foram 47, um aumento de mais de 130%”.
A assessoria das duas emissoras emitiram declarações pontuando que não haviam sido notificadas.