O primeiro debate do segundo turno entre os candidatos ao governo do Rio de Janeiro foi marcado por fortes trocas de acusações entre o governador e candidato à reeleição Luiz Fernando Pezão (PMDB) e o senador Marcelo Crivella (PRB), que é bispo licenciado da Igreja Universal (IURD). Porém, o destaque negativo do debate ficou por conta do bate boca protagonizado entre Crivella e o pastor Silas Malafaia.
Ao lado do humorista Marcelo Madureira e do cineasta José Padilha, Malafaia era um dos convidados pela organização do debate, que foi promovido pela revista Veja/Estácio/OAB-RJ. Os convidados foram chamados pelos organizadores para fazer perguntas aos candidatos.
O bate boca entre os religiosos começou quando o pastor Silas Malafaia foi convidado a fazer uma pergunta aos candidatos no primeiro bloco do debate. O pastor iniciou sua fala afirmando que questionaria o “bispo Crivella”, “porque essa história de licenciado é para boi dormir e eu não sou boi”. Em seu tempo para pergunta, Malafaia acusou a IURD de colocar outras igrejas evangélicas “para fora das TV´s” e afirmou que Crivella “obedece às ordens do seu tio, o bispo Edir Macedo”, líder da Igreja Universal.
Em sua resposta, o senador Crivella iniciou afirmando que a ligação de Silas Malafaia com o governo Cabral/Pezão é de conhecimento de todos, o que motivou uma resposta imediata do pastor, que gritou da plateia acusando Crivella de “mentiroso”. Em seguida, Crivella respondeu afirmando “mentiroso é você”. A troca de acusações entre os religiosos foi interrompida pelo mediador do debate, que pediu para Malafaia se conter.
– Essas suas mágoas, seu recalque e suas frustrações com a IURD, eu não tenho nada a ver com as decisões da igreja – completou Crivella.
Malafaia respondeu à fala do candidato com risadas altas na plateia, o que levou o mediador a, novamente, pedir que ele se contivesse e fizesse silêncio.
O debate prosseguiu com acusações diretas entre os candidatos, incluindo ataques pessoais e a constante tentativa de Pezão de vincular a imagem de Crivella ao fundamentalismo religioso e à Universal.