Um grupo de guerrilheiros extremistas islâmicos do Hayat Tahrir al-Sham (HTS), um grupo de oposição na Síria apoiado pela Turquia, realizou um ataque inesperado e na cidade de Alepo, dominando a região, cercando cristãos e comprometendo o trabalho missionário local.
Desde 2016 não havia conflitos dessa proporção em Alepo. O grupo rebelde é apoiado pela Turquia. Os cristãos em Alepo agora estão novamente sob tensão após anos de guerra e recentemente, os efeitos dos terremotos.
Vários treinamentos da Missão Portas Abertas estavam planejados na cidade nas próximas semanas, mas serão cancelados por causa do atentado, de acordo com a assessoria de imprensa da entidade.
“De acordo com nossas fontes locais, ‘os rebeldes tomaram grande parte de Alepo. Eles divulgaram vídeos dizendo que não pretendem prejudicar os civis e decretaram um toque de recolher até as 8h de sábado, 30 de novembro’”, diz o comunicado.
Um dos missionários no local relatou que, aparentemente, o grupo extremista não pretende agir contra a população: “Uma fonte me disse que a boa notícia é que agora há mais eletricidade. Parece que os rebeldes assumiram a central de distribuição de eletricidade e deram mais horas de energia elétrica às pessoas junto a uma mensagem de que não pretendem prejudicar os civis”, disse o parceiro da Portas Abertas.
Em toda a Síria, as pessoas se habituaram a ter apenas algumas horas de eletricidade por dia como consequência da crise econômica gerada pela guerra civil que o país enfrenta há anos.
Cristãos acuados
A garantia de energia não significa segurança e esperança para os cristãos em Alepo: “As pessoas estão com medo. Falei com cinco pessoas que não conseguiram sair da cidade. Elas estão com medo e não confiam no que os rebeldes dizem, mas não têm escolha a não ser ficar em suas casas e esperar pelo melhor”, afirmou o missionário não identificado por questões de segurança.
O HTS e outras facções apoiadas pela Turquia nomearam sua ofensiva, que começou na quarta-feira, de Repelindo a Agressão. É uma resposta aos bombardeios incessantes do exército sírio e seus aliados nas áreas controladas pelo HTS na cidade de Idlib e seus arredores nas últimas semanas.
Os extremistas entendem que o governo sírio quebrou a trégua que estava em vigor há quatro anos e afirmam que o ataque atual é uma resposta a isso. De acordo com agências de notícias, cerca de 50 vilarejos foram tomados pela milícia na Síria nos últimos dias, seguindo o avanço que começou na fortaleza do grupo em Idlib.
O mesmo grupo também controla parte da rodovia que conecta Alepo com Hama, Homs e Damasco. Em 2016, o grupo foi expulso de Alepo e essa é a primeira luta desse nível na região desde então. Nas redes sociais, há vídeos que mostram a ação dos extremistas derrubando uma estátua no centro de Alepo.
“Várias fontes dizem que o exército sírio recuou de Alepo e estaria aguardando apoio militar de sua aliada, a Rússia”, finaliza a Portas Abertas.
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