Uma conselheira escolar foi à Justiça trabalhista processando a escola católica onde trabalhava por ter sido demitida injustamente após ter feito publicações nas redes sociais sobre submissão no casamento a partir da ótica bíblica.
Em sua página Wife In The Waiting no Instagram, Gozen Soydag prega a a santidade do casamento e da família nuclear tradicional, compartilhando postagens que incentivam mulheres cristãs a se alinharem aos ensinamentos bíblicos.
Gozen, 37 anos, trabalhava como gerente pastoral e foi demitida sob a justificativa que suas crenças eram “incompatíveis” com o espírito e a missão da St. Anne’s Catholic High School for Girls, no norte de Londres.
A demissão ocorreu em fevereiro de 2023 após Gozen – que tem quase 40 mil seguidores em várias contas do Instagram – ter defendido os versículos bíblicos que falam sobre a submissão no casamento.
De acordo com o grupo Christian Legal Centre, responsável por sua defesa no tribunal trabalhista, a escola cometeu discriminação, assédio e violações de direitos humanos, todos itens previstos na Lei de Igualdade vigente no Reino Unido desde 2010.
Retaliações
Uma das publicações que não foi aceita pela escola católica envolvia os versículos de Efésios 5.22-24: “Mulheres, sujeitem-se a seus maridos, como ao Senhor, pois o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, que é o seu corpo, do qual ele é o Salvador. Assim como a igreja está sujeita a Cristo, também as mulheres estejam em tudo sujeitas a seus maridos”.
Em outra publicação, a conselheira escolar comentou um vídeo com uma mulher muçulmana falando sobre sua felicidade em se submeter ao marido, como forma de contextualizar que esse princípio é compartilhado pela sabedoria de outras crenças e culturas.
Depois disso, o vice-diretor assistente afirmou a ela em uma reunião que se as mesmas declarações fossem feitas por um homem elas seria consideradas “misóginas”. Gozen se sentiu coagida e excluiu o vídeo, mas não conseguiu atender as exigências de tornar sua página inacessível através de pesquisas no Google em 24 horas, algo tecnicamente impossível em curto prazo.
Logo depois, ela foi demitida, com a escola enviando um e-mail dizendo que a “extensa” presença dela nas redes sociais era “incompatível com a declaração de missão e o espírito da escola”.
Contestação
Gozen Soydag contesta a justificativa dizendo que a declaração de missão da escola católica cita, dentre outros valores, seguir os ensinamentos de Jesus Cristo: “Ainda não sei o que fiz de errado para justificar minha demissão”.
“Eu queria trabalhar no setor educacional e causar impacto para os jovens. Esta era uma escola católica, e eles sabiam que eu era uma mulher apaixonada pela fé. O prédio da escola tem o formato de uma cruz. Cada sala de aula tinha uma cruz e versículos bíblicos nas paredes. Este era um lugar onde eu acreditava que eles aceitavam Jesus”.
A conselheira trabalhou na escola entre setembro de 2022 e fevereiro de 2023, e se sentiu motivada pelo fato de a instituição, aparentemente, ser comprometida com o cristianismo, já que havia cruzes e versículos bíblicos expostos nas salas de aula.
Elogiada por seu trabalho “excelente”, Gozen pontua que nunca direcionou suas publicações nas redes sociais aos alunos, já que seu público-alvo são mulheres adultas que buscam orientação sobre os princípios cristãos do casamento.
“Meus canais de mídia social eram sobre compartilhar esperança por meio da Palavra de Deus, especialmente para mulheres. Ninguém que deseja casamento quer um ministério de solteiros! Mas foi isso que Deus me deu. A maior parte da minha vida adulta trabalhei com pessoas vulneráveis. Nunca recebi uma reclamação contra mim e nunca foi sugerido que eu fosse um perigo para alguém”, finalizou a conselheira.
O Christian Legal Centre alega que a demissão violou legislações trabalhistas do Reino Unido, pois a escola não finalizou um contrato escrito para seu emprego antes de sua demissão.
De acordo com informações do The Christian Post, Soydag busca indenização por quebra de contrato e demissão injusta.