O cantor gospel americano Kirk Franklin, 38, apresentou o segundo dos três shows de sua turnê pelo Brasil no último sábado (31), em São Paulo. Na quinta (29) ele havia cantado no Canecão, no Rio, e hoje (2), o músico se apresenta no Chevrolet Hall, em Belo Horizonte.
Cerca de dez mil pessoas, segundo a organização, compareceram à Arena Skol Anhembi, em São Paulo. Entre elas estava a cantora
Baby do Brasil canta e dança ao som do músico Kirk Franklin em São Paulo
“Ele é um grande artista que Deus tomou para nossa apreciação. Ele leva o evangelho de uma forma gostosa”, declarou Baby.
Evangélica, Baby disse que, atualmente, prefere cantar “louvores”. “Tenho um chamado de Deus. Tornei-me uma ponte, sou uma estratégia de Deus para as pessoas, transitando na música secular e na música gospel. Mas eu prefiro mil vezes cantar música gospel, porque tem o sobrenatural de Deus. Isso é muito mais louco do que qualquer punk rock”, disse ela, com seus cabelos roxos.
Enquanto Baby aguardava o começo do show na primeira fila do setor VIP, na área comum o motoboy Altair de Campos, 32, morador de Itaquera (zona leste de São Paulo) e fã de Kirk Franklin há dez anos, esperava havia quase 12 horas para o começo do evento junto à grade que separava os dois setores.
Campos foi um dos primeiros a chegar no local, às 8h30. “Quis chegar cedo para ser o primeiro da fila e pegar o melhor lugar. Acho que o Kirk Franklin é o melhor da black music”, disse. Para suportar a longa espera, já que o show começou por volta das 21h30, ele levou uma mochila provida de lanches variados, como salgadinhos, refrigerante e biscoitos, além de casaco para suportar o frio de 12ºC. “Vale a pena”, declarou.
Na área VIP, o bancário Ricardo André, 23, também evangélico, aproveitava para “conhecer melhor” a analista de negócios Lurye de Oliveira, 23. “Aqui também pode ser um lugar para namorar, por que não? E acho que pode ser o começo de tudo”, disse a moça, que ganhou um “beijo gospel” do pretendente na bochecha.
Cantor Kirk Franklin dança durante show realizado no Anhembi, em São Paulo
Enquanto os beijinhos espocavam, a modelo Cindy Gabryelle, 20, causava suspiros entre os rapazes ainda sem par. Ela explicou a superprodução: “É que eu sou estilista”. Mas evangélica pode ser vaidosa? “Eu sou muito vaidosa, sim. Vaidade não é pecado! Se arrumar é bom, né gente?”, falou.
Pulos e gritos
Franklin foi recebido aos gritos e entrou demonstrando carisma. Durante o show, o músico pulou, gritou e declarou como todo bom estrangeiro em terras tupiniquins: “Eu amo o Brasil!”. Apesar do talento como compositor e arranjador, Franklin cantou pouco e se sustentou nas potentes vozes de suas backing vocals.
Telão exibiu imagem da bandeira do Brasil, durante show do último sábado em SP
Ele também discursou sobre os problemas que afligem as pessoas, como, por exemplo, chefes chatos no trabalho. E dizia: “Gritem comigo: 'não se preocupe'. Deus vai resolver tudo”. A modelo, o casal, o motoboy e Baby do Brasil atenderam o chamado e deixaram para trás todos os seus problemas. Pelo menos naquela noite.
Topo das paradas
Franklin é um dos nomes mais conhecidos da atual cena gospel norte-americana e faz sucesso também no Brasil, sobretudo no meio evangélico. Ele já ganhou três Grammys e conseguiu a façanha de liberar a lista gospel da revista Billboard por cem semanas.
Nesta turnê, ele canta músicas de seu nono disco, “The Fight of my Life”, lançado no ano passado, além de hits de sua carreira como “Stomp” e “Revolution”. O músico trouxe consigo equipe de 25 pessoas. Boa parte dela não parou de fotografar e filmar o show de cima do palco com suas câmeras digitais, como fizeram as backing vocals.
O músico nasceu em Fort Worth, no Texas, em 26 de janeiro de 1970. Ele foi abandonado por sua mãe e jamais conheceu o pai, tendo sido criado por uma tia. Começou ainda criança a cantar em corais de igrejas evangélicas norte americana, até lançar, em 1993, seu primeiro disco, “Kirk Franklin & The Family”. O álbum foi sucesso e o colocou no topo da parada gospel americana por quase dois anos.
Kirk Franklin
Quando: segunda (2 de junho), às 21h
Onde: Chevrolet Hall (av. Nossa Senhora do Carmo, 230, Savassi, Belo Horizonte; tel. 0/xx/31/2268-1101)
Quanto: R$ 50 a R$ 80