A funkeira conhecida como Mulher Abacaxi é um transexual de 33 anos que pretende lançar um CD de música gospel para promover a aproximação entre homossexuais e evangélicos.
Fiel da Igreja Universal, Marcela Porto gastou R$ 60 mil em procedimentos cirúrgicos diversos, incluindo próteses de silicone, para deixar de ser o caminhoneiro Bruno Souza e se tornar na funkeira com nome de fruta.
“Existem desentendimentos entre alguns evangélicos e homossexuais, quero ajudar na união”, afirmou Porto, que não revelou detalhes do projeto gospel na entrevista concedida ao portal iG.
Sua ideia é conciliar o trabalho à frente de sua frota de caminhões com as carreiras no funk e no meio gospel: “Eu não vou largar o funk, mas quero trabalhar nesse projeto novo também. Tenho medo do povo não aceitar, mas vou em frente”, afirmou, destacando que se sente à vontade na Universal: “Eu tive muito medo de frequentar a igreja protestante e não ser recebida por ser trans. A única igreja que me tratou bem, que não tentou me exorcizar e disse que eu era coisa do diabo foi a Universal. Lá sou muito bem tratada por todos e ninguém me chama de homem. Fiz muitos amigos. Cada um é feliz do seu jeito, o que importa é o que temos no coração”, afirmou.
De família evangélica, Porto diz que apesar da vontade de unir homossexuais e evangélicos, não suporta o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC): “Eu não tenho problema nenhum com a igreja, mas se tem uma pessoa que eu não me adapto é o Malafaia. Ele é muito crítico à comunidade LGBT, não iria nunca na igreja dele. Se ele é assim como líder, imagina no resto?”.