A postura agressiva adotada por Fernando Haddad (PT) contra o bispo Edir Macedo, líder e fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, foi amplamente repudiada por lideranças evangélicas de todo o Brasil, ligadas às mais variadas denominações. O ataque foi feito na última sexta-feira, 12 de outubro, após Haddad e sua candidata a vice, Manuela D'ávila (PCdoB), participarem de uma missa em São Paulo, no bairro Jardim Ângela, zona sul. O candidato foi perguntado sobre quem era Jair Bolsonaro segundo sua ótica, e ele respondeu que seria uma mistura do "charlatão" Edir Macedo (que anunciou apoio a Jair Bolsonaro) com o "desalmado" Paulo Guedes, todos motivados por “fome de dinheiro”. “Sabe o que é o Bolsonaro? Ele é o casamento do neoliberalismo desalmado, representado pelo Paulo Guedes, […] com o fundamentalismo charlatão do Edir Macedo. Isso é o Bolsonaro”, disse Haddad. “Sabe o que está por trás dessa aliança [entre Bolsonaro e Edir Macedo]? Em latim chama ‘auri sacra fames’: fome de dinheiro. Só pensam em dinheiro”, afirmou Haddad. Em resposta, diversos líderes religiosos repudiaram o ataque do ex-prefeito de São Paulo à liberdade de posicionamento político de Edir Macedo, identificando a situação como uma agressão à fé cristã. Segundo informações do portal R7, o apóstolo Estevam Hernandes, fundador da Igreja Renascer em Cristo, que disse que Haddad, ao chamar Macedo de “charlatão”, fez um ataque contra todos os cristãos: “Essa fala inconsequente demonstra a intolerância, e nós que cremos no amor, na tolerância, a repudiamos com veemência. Ela é inaceitável no momento que estamos passando, lutando para preservar a democracia no País, onde todas as crenças e ideologias precisam ser respeitadas”. Outro que se posicionou foi o bispo Robson Rodovalho, presidente da Sara Nossa Terra: “É lamentável ver o PT, mais uma vez, discriminar os evangélicos e ainda semear a divisão entre as igrejas. Estamos em um país democrático, onde temos liberdade de escolha”, comentou. O pastor Galdino Júnior, líder da Assembleia de Deus Ministério Santo Amaro, que reúne mais de 800 igrejas, também reprovou a postura de Haddad: “Acho inadmissível a fala do candidato do PT, pois ele não desrespeitou somente uma das principais lideranças evangélicas do país, mas mostra claramente sua leviandade para atacar todas as instituições evangélicas que há muitos anos vêm realizando um trabalho social que é dever do governo”, pontuou, acrescentando que o gesto comprova “um desequilíbrio notável para um homem que pleiteia o cargo mais importante do país”. Para Edson Rebustini, presidente do Conselho de Pastores de São Paulo, “é vergonhoso o candidato à presidência da República Fernando Haddad usar de ofensas e mentiras contra o bispo Edir Macedo e a igreja cristã no Brasil". "Católicos e evangélicos estão unidos em favor da família e contra a máquina de corrupção que o PT criou para financiar seu projeto de poder", concluiu Rebustini.