Em busca de votos entre os eleitores de denominações cristãs, o candidato Fernando Haddad (PT) reuniu-se com representantes de algumas das principais igrejas brasileiras e divulgou uma carta aos evangélicos com compromissos assumidos em áreas que são importantes para esse segmento da sociedade, como aborto, drogas e ideologia de gênero. O movimento de Fernando Haddad repete o gesto de Dilma Rousseff em 2010, e é uma tentativa de reverter o quadro apontado pelas pesquisas de intenção de voto, que mostram Jair Bolsonaro (PSL) com ampla vantagem em todas as áreas da sociedade, com desempenho ainda mais chamativo entre evangélicos. Ao lado de Haddad estiveram membros de igrejas Batista, Metodista, Presbiteriana, Anglicana e Assembleia de Deus. Um dos principais aliados do PT entre os evangélicos de esquerda, o pastor Ariovaldo Ramos, esteve presente no evento. De acordo com informações do Jornal Nacional, da TV Globo, a 'carta aos evangélicos' é intercalada por passagens bíblicas, e Haddad afirma que "desde as eleições de 1989, o medo e a mentira são semeados entre o povo cristão contra candidatos do PT" pelos adversários da legenda. "A legalização do aborto, o kit gay, a taxação de templos, a proibição de culto público, a escolha de sexo pelas crianças não constam de meu programa de governo", afirmou o candidato, desmentindo o próprio programa de governo no que se refere ao aborto e à ideologia de gênero. "Num país tão desigual quanto o Brasil, o único projeto que eu concebo é um projeto que garanta a mais ampla liberdade para as pessoas, mais ampla, e em todos os âmbitos, todos os âmbitos, liberdade de se expressar, liberdade de se organizar, liberdade de abraçar uma religião, liberdade de dizer o que pensa", disse Haddad. "O estado não pode ser propriedade de uma religião, tem que abraçar todas", acrescentou, reiterando o discurso adotado desde que passou acusar o bispo Edir Macedo de apoiar Bolsonaro para pôr em prática seu plano de transformar a Igreja Universal em religião "oficial" do país.