Um projeto de lei protocolado pelo pastor e deputado federal, Sargento Isidório (AVANTE-BA), propõe a criação do "Dia do Orgulho Hétero", sob a justificativa de que os heterossexuais estão correndo o risco de sofrer ameaças ou mesmo de serem extintos, caso a criminalização da "homofobia" seja aprovada no Supremo Tribunal Federa. Falar de extinção pode ser exagero, mas a preocupação de Sargento Isidório, que se declara ex-homossexual, possui fundamento no tocante à perseguição ideológica que homens e mulheres heterossexuais poderão sofrer, caso a "homofobia" seja criminalizada. "Se nada for feito para impedir, muito em breve tornar-se-á crime ser ou se declarar heterossexual”, disse Isidório, justificando sua preocupação ao comparar a preservação da vida humana com a de outras espécies. “Nós, legisladores, nos preocupamos com a preservação da tartaruga, do macaco prego, da baleia, dentre outros animais em risco de extinção. Por óbvio, é de suma importância centrar atenção também em nós seres humanos machos e fêmeas”, acrescentou, segundo informações do 1 News. "Uma guerra entre hétero e homo" O pastor e deputado Sargento Isidório esteve entre os pastores que se encontraram com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, na semana passada, para discutir sobre o julgamento que teve início na Corte sobre a criminalização da "homofobia". Questionado pelo UOL, Isidório disse que chegou a ler a Bíblia durante o encontro. Ele também falou que, caso o STF criminalize a "homofobia", haverá uma "guerra santa" entre heterossexuais e homossexuais no Brasil. "Nós temos o direito a pensar, a falar. O evangélico, o padre, o pastor, o espírita, o pessoal de matriz africana, que é de família tradicional, portanto família de homem mais mulher, macho e fêmea, eles não concordam com um bocado de coisa", explica o deputado. "Se aprovarem o que os gays querem, nós vamos declarar uma guerra entre hétero e homo. Lá eles estão tentando que o STF decida sobre o que o parlamento não deu atenção", destaca Isidório, referindo-se ao principal argumento dos ministros da Corte, que seria a suposta omissão do Congresso em legislar sobre o tema. Finalmente, Isidório explica que a proposta para o "Dia do Orgulho Hétero" é um ato político, visando a representação da heterossexualidade, a fim de que os direitos iguais sejam garantidos. "É muito necessário. Se não a gente não vai ser mais representado. Todo mundo tem seu dia, a gente também merece ter", disse ele. "A Constituição estabelece que todos são iguais, então o crime contra um não pode ser diferenciado do crime contra o outro".