Uma pastora acusou os tradutores da Bíblia de fraudarem o Novo Testamento para diminuir a importância das mulheres na Igreja Primitiva e assim impedirem que elas fossem ordenadas ao ministério pastoral. A declaração foi feita por Ashley Wilkerson, que pastoreia a Pacific Coast Church em Tacoma, Washington (EUA), ao lado do marido. Segundo a teoria de Ashley, os tradutores da Bíblia, séculos atrás, fraudaram as Escrituras para diminuir as evidências de que as mulheres serviam como apóstolas, diaconisas e pastoras. A afirmação ocorreu durante um sermão que ela ministrou em uma conferência de mulheres, em novembro de 2023. A repercussão ganhou volume somente agora, meses depois. “Prisca, Maria, Febe, Júnia, Trifena e Trifosa – seus nomes são os meus favoritos – muitas outras que foram apóstolas, líderes na igreja primitiva. Alguns dos quais, seus nomes foram mudados nas Escrituras porque pensávamos ‘Ah, não, elas não podem ser mulheres apóstolas’. Sim, eles foram”, disse ela durante o sermão. “Não estou lhe dizendo isso para que você desconfie das Escrituras. Não estou falando sobre isso. Estou chamando você para ir mais fundo, porque às vezes isso fica confuso em nossa cultura”, acrescentou a pastora. O pastor Carl A. Hargrove rejeitou a declaração afirmando que acusações como essa são fruto de “imaginações de uma mente com uma agenda antibíblica”. “A imaginação de uma mente com uma agenda antibíblica que se apresenta como espiritualmente esclarecedora. Mulheres apóstolas, algumas cujos nomes foram mudados para esconder a verdade??!”, questionou Hargrove no X. Em entrevista ao The Christian Post, Hargrove afirmou que a pastora Ashley “não tem nenhuma evidência” para sustentar a grave acusação feita aos tradutores da Bíblia: “Ela não tem nenhuma evidência de mudança de nome, de mulheres que são apóstolas. Ela obviamente não apresentou isso, mesmo para fazer tal afirmação e apresentar a evidência, não há nenhuma”, disse. “A agenda antibíblica é o seu papel como pastora quando 1 Timóteo 2 afirma claramente que esse é um papel para um homem. E a questão, como algumas pessoas podem dizer, é cultural ou mesmo específica, as questões em Éfeso não são verdadeiras porque Paulo leva o argumento que remonta à própria criação em ordem. Obviamente, a questão não é de capacidades, mas simplesmente de ordem do desígnio de Deus”, enfatizou. O papel das mulheres no ministério tem sido debatido há séculos. Embora denominações cristãs proeminentes, como os batistas e presbiterianos – além de grande parte das Assembleias de Deus – não permitam que as mulheres sirvam em funções de ensino pastoral, muitas admitem que mulheres sirvam como líderes.