Os últimos dias foram agitados nas redes sociais, após o bilionário Ellon Musk, proprietário do antigo Twitter (hoje "X"), anunciar que não acatará às ordens judicias contra perfis de brasileiros em sua plataforma, provocando com isso a reação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Inicialmente, o perfil oficial do "X" publicou uma nota questionando as exigências judiciais feitas à empresa, após o jornalista americano Michael Shellenberger revelar que funcionários da rede social trocaram informações dizendo que teriam sofrido pressão da Justiça brasileira para que tomassem decisões ilegais. "Não é exagero dizer que o Brasil está à beira da ditadura nas mãos de um ministro totalitário do Supremo Tribunal Federal chamado Alexandre de Moraes”, acusa Shellenberger em um vídeo publicado por ele no final de semana. Como resultado, Musk anunciou que irá retirar "todas as restrições" impostas aos perfis brasileiros. "Este juiz [Moraes] aplicou multas pesadas, ameaçou prender nossos funcionários e cortou o acesso ao no Brasil. Como resultado, provavelmente perderemos todas as receitas no Brasil e teremos que fechar nosso escritório lá”, disse ele. A decisão de Musk repercutiu na imprensa nacional e internacional, com agências como a Reuters e a Bloomberg dando visibilidade ao caso. Moraes, por sua vez, determinou a aplicação de multa diária de R$ 100 mil para cada perfil desbloqueado no X, caso o bilionário cumpra a sua decisão. Moraes também decidiu incluir Musk no polêmico "Inquérito das Fake News", alegando que o mesmo estaria espalhando desinformação e incitando a prática de crimes, desrespeitando a soberania nacional. Segundo o ministro, “a flagrante conduta de obstrução à Justiça brasileira, a incitação ao crime, a ameaça pública de desobediência as ordens judiciais e de futura ausência de cooperação da plataforma são fatos que desrespeitam a soberania do Brasil e reforçam à conexão da dolosa instrumentalização criminosas das atividades do ex-Twitter, atual X”. Pastores reagem A polêmica envolvendo Musk e Moraes também provocou a reação de pastores como Silas Malafaia, Marco Feliciano, Geremias Couto e Renato Vargens, que manifestaram apoio ao bilionário americano. "O lado certo do debate? É aquele que luta pela liberdade de expressão e não tolhe as opiniões de quem quer que seja, deixando que cada um opte por ouvir ou acionar a lei já existente na hipótese de ter sido afrontado. O que estiver além disso é censura", escreveu Couto, por exemplo, chamando de "piada pronta" a inclusão de Musk no inquérito das fake news. Malafaia, por sua vez, disse que se Moraes resolver bloquear o acesso ao X no Brasil, só estará provando que é um "ditador da toga". Para Feliciano, a revelação de dados do antigo Twitter, chamada nas redes de "Twitter Files Brazil", apontou "arbitrariedades" e serviu para mostrar ao mundo que que vem ocorrendo no país. "Os arquivos vazados pela imprensa demonstram que houve ameaça de prisão a funcionários do Twitter. Eis que na decisão de incluir @elonmusk no inquérito das Fakenews. tem ameaça de prisão a funcionários brasileiros! Pode isso produção?", questiona Feliciano. Já o pastor Renato Vargens, disse que em caso de bloqueio do X no Brasil, o mundo ficará sabemos que vivemos numa "ditadura". "Ora, desde quando isso pode ser chamado de democracia?", questionou o religioso.